A Polícia Civil de Presidente Prudente solicitou a conversão da prisão em flagrante em preventiva de um morador da cidade, 29 anos, acusado de torturar o próprio filho, de apenas 1 ano e um mês. O menino foi internado no HR (Hospital Regional Doutor Domingos Leonardo Cerávolo), na noite de sábado, com diversas lesões e sarna pelo corpo todo, piolhos, hemorragia nos olhos, além de suspeita de afundamento de crânio, para passar por exames de Raio X e tomografia. O homem, que deixou o sistema penitenciário em junho, alegou que a criança foi abandonada pela mãe e está aos seus cuidados. Confessou ainda que agrediu o menor por “duas ou três vezes” em razão de seu choro.
O garoto, vítima de violência física e maus-tratos, foi localizado pela Polícia Militar, acionada por uma avó da criança, em uma residência no Jardim Marisa. No local, o pai chegou a tentar impedir que os oficiais verificassem a situação do menino, tendo sido contido, algemado e levado para o interior do imóvel. De acordo com o Boletim de Ocorrência sobre o caso, na casa, de condições insalubres, sem água, energia, higiene e alimentação para a criança, esta estava deitada em uma cama, “bastante assustada”, com hematomas na lateral da cabeça, nos dois olhos e abaixo deles. Também foram observadas lesões nos dedos e no antebraço.
A criança foi imediatamente levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Guanabara, onde foi alimentada, enquanto seu pai recebeu voz de prisão e o Conselho Tutelar foi acionado. De lá, o menino foi transferido para o HR. “O autor informou que foi até a casa da avó da criança e que, ao retornar para sua residência, o bebê rolou da cama, caiu de rosto no chão e começou a chorar. O autor confessou que, pelo fato de a criança não parar de chorar, ele a agrediu”, revela o BO.
O registro ainda expõe que o indiciado argumentou que, depois de pegar seu filho que tinha sido abandonado pela mãe com uma mulher no bairro Km 7, o levou para morar em sua residência, casa que argumentou que estava limpa e que a criança era alimentada e tinha as fraldas trocava trocadas todos os dias. “O indiciado confessou que agrediu a criança por duas ou três vezes e que a motivação foi o choro, pois, de acordo com ele, não sabe lidar com o choro da criança. A primeira agressão teria ocorrido de 10 a 12 dias atrás. Confessou que deu tapas no rosto da criança, na região dos olhos, o que causou o ferimento, e que está muito arrependido. Por fim, informou que, no momento da prisão, havia acabado de alimentar o filho e que a casa estava limpa, porém desorganizada”, aponta o documento.
“O indiciado possui extensa ficha criminal, registrando passagens pretéritas por tráfico de drogas, apropriação indébita e furtos. Segundo sua folha de antecedentes, deixou o sistema carcerário em 9 de junho. Trata-se, portanto de pessoa com maus antecedentes e reincidente delitivo”, ressalta o BO.
Ainda segundo o registro do caso, o Conselho Tutelar determinou que a criança fique sob a guarda de uma tia especificamente enquanto permanece internada no HR. A pessoa responsável para exercer a função protetiva após a alta médica será indicada pelo órgão.