Buscando reunir estudantes e professores de diversas áreas do conhecimento, para proporcionar perspectivas e linhas de pensamento diferenciadas, ocorreu na manhã de ontem a abertura do 14º Enaens (Encontro Anual de Ensino Superior). O evento integra a programação do 22º Enepe (Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão), da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), em Presidente Prudente, que obteve 2.119 pesquisas aprovadas para apresentação e segue até amanhã. Para reforçar a integração entre pesquisadores, esteve presente o reitor da Universidade de Lisboa, em Portugal, António Sampaio da Nóvoa, que abordou o tema “A universidade e a cidade”.
Em sua palestra, o pesquisador realizou apontamentos a partir de três áreas: ensino, pesquisa e relação entre universidade e sociedade. Explica que é necessário haver uma revolução pedagógica, alterando as formas de dar aulas e organizar atividades, bem como alterar as concepções de pesquisa, utilizando-se da convergência, ou seja, ligando diversas disciplinas a grandes temas e problemas. Por fim, defende a criação de uma “UniverCidade”.
“Brinco com a nomenclatura da palavra, para mostrar essa ligação entre os dois polos, porque as universidades são essenciais na organização da vida cultural, social e econômica das cidades”, explana. Sobre essa relação do meio acadêmico com a cidade, Nóvoa analisa o ensino superior no Brasil e aponta que, hoje, 80% dos estudantes são de instituições privadas, tendo grandes chances de ser a maior porcentagem no mundo.
“As universidades públicas brasileiras são de qualidade, mas têm que expandir ainda mais, e que as privadas se reforcem e se afirmem progressivamente para ir acabando com instituições mais frágeis, que são mais vocacionadas para negócio e comércios, do que para a educação universitária”, acrescenta o reitor.
De acordo com o coordenador executivo do Enepe, Jair Rodrigues Garcia Júnior, o evento aborda desde a iniciação científica a pesquisas de pós-graduação. Para tanto, a organização optou por trazer pesquisadores do Brasil e também do exterior, com o intuito de aumentar a credibilidade e qualidade do evento. “Em paralelo ao Enepe, essa integração favorece convênios em um futuro de curto prazo, para que possa haver intercâmbio de pesquisadores e alunos”, pontua.
