Cerca de 250 pessoas, em sua maioria moradores do Timburi, bairro rural de Presidente Prudente, se reuniram na manhã de ontem, ao lado da capela local, para debater a possibilidade de implantação do CGR (Centro de Gerenciamento de Resíduos) em um terreno do bairro. Segundo o representante do Movimento em Defesa do Timburi, Raul Borges Guimarães, o encontro foi para informar os presentes sobre a audiência pública para apresentação do projeto do aterro sanitário e do EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental) à comunidade, marcada para o dia 7. A possibilidade de implantação do empreendimento desagrada os moradores, que têm se mobilizado contra a medida. Por outro lado, Pedro Stech, representante da Destra Ambiental, empresa de consultoria que desenvolveu o EIA/Rima, pontua que, com a implantação da unidade, há expectativa de melhora na qualidade ambiental de toda região, o que significa "progresso".
Moradores do Timburi e apoiadores são contra instalação do Centro de Gerenciamento de Resíduos em terreno do bairro
"Nosso objetivo hoje foi de nos organizarmos para a audiência pública, no dia 7. Então, explicamos aos presentes como ela deve funcionar e tivemos bastante apoio. Diversas autoridades também compareceram na reunião, como vereadores, o deputado estadual Ed Thomas , representantes da OAB , de sindicatos, do MPE , entre outros", destaca. O responsável pelo desenvolvimento do projeto diz que entende a insegurança dos moradores em função da ideia de implantação de um aterro sanitário estar diretamente ligada aos lixões, que promovia severa degradação ambiental. "No entanto, com a lei dos crimes ambientais, políticas de resíduos sólidos, isso foi deixando de existir e a questão é hoje fazer um empreendimento bastante diferente do que já existia. Por isso, queremos trazer as informações sobre o aterro na audiência pública, pois é a oportunidade de debater o projeto, por todas as partes. É muito importante esse momento, para que todos sejam ouvidos", frisa.
Explica que também estarão presentes na audiência agentes ambientais da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), que avaliam o EIA/Rima. "Toda informação que surgir na audiência é levada à Cesteb, que irá tomar a decisão em relação a viabilidade ou não do empreendimento. Ainda é possível que os agentes da companhia possam exigir medidas compensatórias, mitigadoras ou até mesmo dizer que a área não é viável por determinado problema", expõe. "Mas, destaco que, se existe a possibilidade de recuar, a gente não vai esperar o órgão ambiental dizer ‘não’. Somos sensíveis e recuamos, retiramos o empreendimento de análise. Porém, para que empresa tome uma decisão desta, é preciso que fique cristalino o erro ou a contrariedade para tal", complementa.
Empreendimento privado
Pedro pontua que as empresas, tanto a Destra Ambiental, a qual representa, quanto a Geo Vision Soluções Ambientais e Energia, responsável pelo empreendimento, não possuem qualquer ligação com a Prefeitura, já que o projeto é uma iniciativa privada, que ainda pretende conquistar seus clientes pela região. "Lixo, sabemos que é produzido em todos os setores da vida, então não podemos virar as costas. O empreendimento está vindo para participar de um novo movimento na cidade que vai resolver um problema ambiental", cita. "Não somos contratados por ninguém. O empreendimento é totalmente privado. Já tem clientes? Não, não tem. O cliente vai surgir depois que o CGR estiver em operação. A empresa adotou essa forma de trabalho. Corre sempre o risco, pois vai na frente, investe, implanta o CGR conforme o órgão ambiental determinou e vai buscar os geradores privados de lixo, atuando de forma que possa ser fornecedor de soluções ambientais", finaliza.
