Encontro põe Libras em relevo no contexto escolar e social

Evento pelo Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais reúne comunidades acadêmica e de surdos de Prudente e região

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 06/05/2023
Horário 16:28
Foto: Homéro Ferreira
Palestrante surdo Carlos Vilhalba, presidente da Associação
Palestrante surdo Carlos Vilhalba, presidente da Associação

Redução de barreiras para inserção no mercado de trabalho, podendo exercer função como a de escriturário, e a obtenção da permissão de tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), estão entres as conquistas amparadas pela Associação dos Surdos e Surdas de Presidente Prudente e Região “Dorvalino Paixão” e atreladas ao aprendizado da Libras (Língua Brasileira de Sinais). A relação Libras no contexto escolar e o papel da associação na sociedade foram o foco da comemoração do Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (24 de abril) em noite de múltiplos significados para os membros da entidade de representação da comunidade surda e integrantes da comunidade acadêmica na Unoeste.

O encontro extensivo ocorreu no Espaço Cultural Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima, na biblioteca do campus II da Unoeste. Foi uma noite para ficar na memória: pelo conteúdo das palestras, por histórias de vidas, pelas apresentações e produções artísticas, pela presença de público (mais de 80 pessoas) e pela contemplação de um dos pilares da formação humanizadora na universidade: o da diversidade e as diferenças humanas. Para a coordenadora dos cursos de Pedagogia presencial e Pedagogia a Distância, Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos, o encontro foi um marco para a formação dos estudantes; futuros professores. 

As palestras foram com o coordenador pedagógico da ASSPP, especialista em tradução e interpretação de Libras, Flávio Gonçalves, que devido a rubéola ficou surdo; e o paraguaio radicado em Prudente, instrutor de libras e diretor presidente da Associação, Carlos Vilhalba, que teve meningite e também ficou surdo. Atuaram como tradutoras e interpretes Lucinete Gonçalves e Miriã Viana Moraes. Os palestrantes falaram sobre a história e importância da associação, do apoio da sociedade e do poder público, da relação com a universidade e de suas histórias de vida. Também falou a coordenadora dos cursos de Libras da entidade, Maria Darcy Mariz Morano, irmã de três surdos.

 

COMEMORAÇÕES DOS 7 ANOS

A comissão organizadora envolveu ainda os pró-reitores acadêmico José Eduardo Creste e de pesquisa, pós-graduação e extensão Adilson Eduardo Guelfi; a coordenadora de ações extensivas gerais Cidinha Martines; as bibliotecárias Michele Mologni, Renata Maria Morais de Sá e Jakeline Margaret de Queiroz Ortega, a professora Valéria Isaura de Souza, do cursos de Pedagogia, junto com a coordenadora Dra. Danielle e também vice-coordenadora do Mestrado e Doutorado em Educação; o coordenador do Programa Unoeste + Cultura, professor Josué Pantaleão; e como membros externos Lucinete Aparecida da Silva, Flávio Augusto Gonçalves e Stephanie Carolina.

Durante o encontro, o professor Josué Pantaleão produziu ao vivo um quadro com ondas coloridas, no sentido de que os surdos não ouvem, mas são ouvidos, inclusive na universidade que está aberta para o acolhimento. O estudante de Pedagogia, Pedro Henrique Pardinho, tocou violão e cantou “Tempos Modernos”, de Lulu Santos, que fala sobre a esperança de um futuro melhor, sem hipocrisia e que prevaleça o amor. Além da palestrar, Flávio Gonçalves interpretou em Libras, ao som eletrônico da canção Dia Especial, de Tiago Iork: “Se alguém lhe deu a mão/e não pediu nada em troca/pense bem, pois é um dia especial...O amor é maior que tudo...Quando olhar é natural”.

A associação tem um belo histórico de realizações e participações culturais, sociais e esportivas; com as ações e projetos expostos em seu site. Também se mantém ativa nas redes sociais, inclusive com postagem de conteúdo no Facebook sobre o encontro realizado na Unoeste e sobre os eventos da comemoração de 7 anos que teve missa de agradecimento na Catedral de São Sebastião, culto de agradecimento na Igreja Presbiteriana Central e o Seminário “21 anos da Lei de Libras: conquistas e perspectivas da comunidade surda”, realizado no auditório da Fundação Inova Prudente. No site são disponibilizados dados para quem se interessar em contribuir.

 

DATAS COMEMORATIVAS
São ministradas aulas de Libras para adultos às quartas-feiras, das 19h às 21h30; e aos sábados das 15h às 17h30, para as crianças e adolescentes mantém-se o mesmo horário aos sábados, no salão paroquial da Catedral de São Sebastião, no centro da cidade. Existem tratativas junto poder público municipal, através do prefeito Ed Thomas e dos vereadores, para que a Prefeitura doe terreno para construção da sede da entidade. A associação foi fundada há sete anos, em 17 de abril de 2016. O Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais ocorre em 24 de abril, referente a data de 2002 quando a Libras foi oficializada. O Dia Municipal da Língua Brasileira de Sinais foi instituído dia 18 de abril de 2023.

A data no calendário nacional é atrelada ao reconhecimento da Libras no Brasil, e foi promulgada e sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. A data municipal foi de iniciativa do vereador cadeirante Douglas Kato, recentemente promulgada e sancionada pelo prefeito Ed Thomas (sem partido). Em Prudente, na mesma data do Dia Nacional dos Surdos, em 26 de setembro, tem o Dia Municipal dos Surdos, em lei do então vereador Izaque Silva, atual vice-prefeito, promulgada e sancionada pelo prefeito Agripino de Oliveira Lima (1931-2018), fundador da Unoeste junto com a professora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima (1930-2022).

Considerando a Libras, como língua oficial das comunidades surdas brasileiras, na Unoeste é trabalhada a formação bilíngue, por meio da oferta de disciplinas optativas para todos os cursos e obrigatória nas Licenciaturas e Fonoaudiologia; conforme conta Danielle. O encontro de sexta-feira foi conduzido pela coordenadora da Rede de Bibliotecas Unoeste “Cecília Garnieri Denari” e do NAI (Núcleo de Acessibilidade e Inclusão), a bibliotecária Regina Rita Liberati Silingovschi. A fala de abertura foi do coordenador do NEDHU (Núcleo de Educação em Direitos Humanos) Tchiago Inague Rodrigues; saudando os participantes e destacando a importância do evento.

 

 

Serviço
Conheça mais sobre a Associação dos Surdos e Surdas de Presidente Prudente e Região “Dorvalino Paixão e sua importância para a sociedade: http://asspp.com.br/

 

 

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