Ennio Morricone

O Espadachim, um cronista a favor da tuba e da tubaína

OPINIÃO - Sandro Villar

Data 08/07/2020
Horário 05:34

Mais um gigante do cinema se foi, um gigante que não era ator. Era maestro e compositor, autor de trilhas sonoras. Ennio Morricone foi embora deste insensato mundo aos 91 anos e deixou uma obra inigualável. Vendeu mais de 50 milhões de discos.

Ele compôs pelo menos 500 músicas incluídas em filmes e séries que encantam até hoje, como a trilogia dos dólares: "Por um Punhado de Dólares", "Por uns Dólares a Mais" e "Três Homens em Conflito", dirigidos por Sergio Leone, que também assina "Era Uma Vez no Oeste" e "Era uma Vez na América", com canções - adivinha de quem? - de Ennio Morricone, é claro. Bom de música o seu Ennio.

O astro da trilogia é o ator americano Clint Eastwood, que se destacou no western spaghetti, como são conhecidos os filmes de faroeste dirigidos por Leone e outros cineastas italianos. Da famosa trilogia, "Três Homens em Conflito" se destaca. Além de Eastwood, o bom do título original e com cara de sonso, Lee Van Cleef, o mau (parece o Moro contra o Lula), e Eli Wallach, o feio, formam o trio central, protagonista de uma ótima diversão, como a cena final no cemitério, onde estava escondida a grana que o bom, o mau e o feio procuravam.

Com aquele assobio e as "chicotadas", a música-tema é um espetáculo à parte e, como bem lembrou Ilze Scamparini (Globo), a canção também é protagonista de "Três Homens em Conflito". Linda demais e merece ser incluída na lista das melhores canções que retratam o Velho Oeste, como, por exemplo, o tema de "Os Brutos Também Amam", composto por Victor Young, e "My Darling Clementine", do filme "Paixão dos Fortes".

Também é de autoria de Morricone a trilha sonora do filme "Cinema Paradiso", uma história da época de ouro do cinema e que emociona até hoje. Em "Cinema Paradiso" os filmes são exibidos por meio de projetores, que fazem rodar rolos enormes. Um idoso é, no filme, o responsável pela projeção dos filmes e o velho sempre tem a companhia de um garoto.

Um filme pouco conhecido também tem música de Morricone. É "Queimada", dirigido por Gillo Pontecorvo e protagonizado por ninguém menos do que Marlon Brando. Ele interpreta um agitador inglês cuja missão é deixar o caminho livre para a Inglaterra dominar uma colônia espanhola. Para isso, incita os "nativos" na luta contra os espanhóis. Filme político e, por assim dizer, anticolonialista.

Morricone também compôs as músicas para "Bastardos Inglórios", estrelado por Brad Pitt, e fez as canções para dois filmes do "sangrento" Quentin Tarantino, em cujos filmes jorra mais sangue do que na Síria. São os filmes "Django Livre" e "Os Oito Odiados". Ele ganhou o Oscar de melhor canção incluída na trilha sonora de "Os Oito Odiados". Será que esses oito trabalham no gabinete do ódio?  

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