Entrevista - Claudinei Quirino do Santos

Esportes - THIAGO MORELLO

Data 31/12/2016
Horário 08:11
NOVO SECRETÁRIO MUNICIPAL DE ESPORTES

 

Meu foco é dar atenção às competições amadoras de PP



 

Ele viveu em um orfanato até os 15 anos de idade. Aos 19 iniciou sua relação com o atletismo e, desde então, nunca parou. Hoje, com 46, recém-nomeado como secretário municipal de Esportes de Presidente Prudente, para a gestão 2017-2020, Claudinei Quirino do Santos, dono da histórica medalha de prata no revezamento 4x100 metros dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, garante que sua experiência com o esporte tem tudo para contribuir com o desenvolvimento do trabalho na pasta.

Jornal O Imparcial Apesar não competir mais, o ex-atleta diz que nunca se desligou do meio esportivo e nem pensa nisso.

Nascido em Lençóis Paulistas (SP), onde começou a carreira, o ex-atleta veio para Prudente a partir de um convite do treinador Jayme Neto. Passou em cidades paulistas como Araçatuba, Botucatu e Campinas. De acordo com Claudinei, sua inserção ao esporte não passou de uma mera atração física e estética. Porém, com tantos títulos ao longo da caminhada, ele afirma que se sente vitorioso, principalmente por vir de "uma geração de bons atletas".

Mesmo sem pretensão, o ex-corredor ganhou medalhas e fez história. As Olimpíadas de Sydney garantiram não só uma medalha, mas também o recorde sul-americano. Último a correr na prova do revezamento 4x100, Claudinei Quirino é dono dos 37s90, até então, não superados. Além disso, nos 200m, ele é dono das medalhas de prata, em Sevilha (1999) e Atenas (1997).

Encerrando a carreira em junho de 2005, não poderia ser da melhor forma, com a conquista da medalha de ouro no Troféu Brasil, em São Paulo, durante a prova de revezamento dos 4x100.

Apesar não competir mais, o ex-atleta diz que nunca se desligou do meio esportivo e nem pensa nisso. Na nova tarefa à frente da Secretaria Municipal de Esportes, Claudinei se compromete a olhar com atenção para todas as modalidades. Ademais, destaca que um dos focos serão as competições amadoras.

 

O que a população prudentina pode esperar do Claudinei Quirino secretário de Esportes?


Primeiramente, as portas estarão sempre abertas para ouvir reclamações e sugestões que possam melhorar o nosso trabalho. Vamos trabalhar, aproveitar os projetos da atual gestão e correr atrás de tudo, a fim de oferecer esportes para todas as faixas etárias. Temos times de futebol da cidade e que precisam de ajuda para crescer mais. Além disso, também cabe a nós atender os clubes amadores, que mobilizam muitos atletas e revelam nomes. Os primeiros meses serão difíceis, mas temos muita coisa para fazer. Não podemos decepcionar a cidade.

 

Como surgiu esse convite e, ao aceitá-lo, o que considera o maior desafio na pasta de Esportes?


Sou amigos do prefeito eleito, Nelson Bugalho . Ele sempre acompanhou meu trabalho e, antes de ganhar as eleições, nós conversamos sobre a possibilidade. No primeiro momento queria indicar outros nomes, por conta de outros trabalhos que desenvolvo, mas ele insistiu. Com o resultado das eleições, pensei sobre tudo e conversei com minha família, até finalmente aceitar o cargo. Acredito que o desafio maior é tentar buscar verbas para o esporte. Todas as modalidades de Prudente têm reclamações em algum aspecto, seja em estruturas ou organizações. Então, precisamos atendê-las, mas, para isso, é necessário recurso.

 

O Centro Olímpico, por diversos motivos, teve a obra atrasada e sequer pode ser utilizado como base de treinamentos nos Jogos Olímpicos de 2016. O que pretende fazer para acelerar e/ou agilizar a reinauguração do espaço?

Vamos sentar com o prefeito, juntamente a Secretaria de Obras e Serviços Públicos, para ver o que está acontecendo, verificar onde a verba está parada. Mas antes de pensar em um problema específico, preciso analisar o contexto geral e identificar as atuações que precisam de mais prioridade. O Centro Olímpico é uma das prioridades, pois a população está cobrando uma resposta.

 

As escolinhas da Semepp têm contribuído para inserção de crianças e adolescente no esporte. Como transformá-las em verdadeiros celeiros de novos talentos e promessas olímpicas?

O momento é de dar atenção a bairros e adjacências que não possuem as escolinhas, como o Residencial Cremonezi e o Conjunto Habitacional João Domingos Netto, por exemplo. E até mesmo os distritos da cidade. A partir disso, queremos trazer as escolas e melhorar o que já temos. Lembrando que precisamos respeitar o orçamento. São planos que precisam de profissionais para atuar, então é necessário dar um passo de cada vez.

 

Como sua experiência no esporte pode ajudá-lo na captação de verbas e execução de novos projetos?


Eu sou uma pessoa que sempre correu atrás das coisas, sempre consegui trabalhar em equipe e aprendi a ouvir os outros. Isso me trouxe confiança com os profissionais que lido e também amizades. Acredito que essa experiência vai me auxiliar. Nos projetos que tivermos desenvolvendo, colocarei a pasta embaixo do braço e levarei em todas as estâncias do governo, além da Caixa Econômica Federal, que já me patrocinou, e outras entidades. O importante é correr atrás.

 

O que, na sua opinião, precisa ser melhorado em Prudente?

As ATIs (Academias da Terceira Idade) fazem parte de um projeto muito bacana, mas podemos melhorar. Ao visitar alguns bairros, ouvi reclamações de pessoas que gostariam de um profissional no local, para instruir como usar os equipamentos e a prática dos exercícios físicos. Como proposta, pretendo desenvolver um trabalho junto às universidades de Prudente para oferecer auxílio às pessoas que utilizam o espaço, através de profissionais da educação física, ou até estudantes da área. Talvez uma visita diária em cada bairro ou até mesmo criação de um "Disque" para atendimento por telefone. São propostas que ainda estão no papel, mas que poderemos conversar e desenvolver.

 

Como pretende lidar com o atendimento a todos os esportes?

Assim que fui escolhido para a cadeira, escutei amigos falando: "Agora o atletismo vai para frente, Claudinei". Não! Não posso dar prioridade a apenas uma modalidade. O papel do secretário é ser justo, tentando ajudar a todos, sem dar uma atenção maior a determinados pontos. Vamos sentar com os dirigentes dos esportes, ver os planos de competições e ver o que podemos ajudar. Caso contrário, buscar ajuda com empresários da cidade.

 

E com a tarefa de secretário, como fica o projeto Talento Olímpico?

Há mais ou menos dois anos eu não faço mais parte, de forma integral, do projeto. Deste tempo pra cá, prestei consultorias. Mas é um projeto ótimo e que atende 840 alunos. Desliguei-me totalmente, porém, sempre estarei à disposição para ouvir e prestar auxílio. Mas o meu foco está na administração da secretaria.

 

Você acha que a atual gestão do Esporte fez um bom trabalho?


Sim, sem dúvidas. Falando como povo, posso dizer que sempre procurei acompanhar e entendo que a secretaria atual buscou desenvolver um bom trabalho, dentro das condições que tinha. Foi uma gestão que correu atrás e respeitou o esporte.

 

 

 
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