ESG: retrospectiva e tendências para 2024

OPINIÃO - Fernando Batistuzo

Data 19/12/2023
Horário 05:00

O ano vai chegando ao fim e, como é de costume em nosso modo de vida, realizamos retrospectivas das mais variadas, pessoais, profissionais e demais campos de nossas relações sociais, assim como é costumeiro realizarmos inúmeras promessas que nos comprometemos a cumprir a partir do dia 1º de janeiro. 
Nesta toada, temos que em 2023 o tema ESG, especificamente aqui em nossa região, ainda que timidamente passou a ser conhecido, pois como fico atento ao que se fala “por aí”, aqui e ali ouço alguém dizendo sobre o “tal do ESG”. Como muita coisa que é novidade, o ESG ainda não foi incrementado por estas bandas – o “sertão” como gostam alguns – na velocidade que poderia ter sido adotado, mas é compreensível porque demanda, primeiro, conhecimento sobre o assunto, e, segundo, uma mudança de paradigma cultural corporativo, que seja mais voltado à antecipação do porvir, à prevenção em gestão, do que “correr atrás” de algo que já não é novidade, e querer tentar resolver o que talvez não se resolva mais (o famoso “remediar”).
Mas há o que comemorar ainda que o avanço tenha sido tímido, pois tivemos evento empresarial em nossa cidade que, ainda que superficialmente, mencionou o tema, e tivemos também a criação institucional pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) local de uma comissão específica sobre o assunto, o que poderá em muito colaborar para a disseminação sobre o tema em nossa região, beneficiando a coletividade.
Como tendência, 2024 será o ano em que o ESG, no Brasil, como apontam as pesquisas, deverá ganhar corpo e se capilarizar se estabelecendo também no interior, pois é um caminho sem volta para o qual as organizações deverão rumar e seguir seus critérios, pois o que está em jogo não é somente mais a existência das organizações em si, mas da sociedade e do planeta que ela habita, sobretudo quando sabemos que o ESG está diretamente ligado ao desenvolvimento sustentável das organizações e da sociedade.
As questões ambientais – e o clima atual comprova categoricamente – deverão ganhar importância cada vez maior, pois o que era apenas uma exortação à mudanças anos atrás agora já é sentido por todos nós no mundo todo (em maior ou menor grau), de modo que não há mais como negar a relevância do tema.
Socialmente as relações internas e externas às organizações têm se tornado mais complexas, e influenciadas pela tecnologia (inteligência artificial) que avança em velocidade assustadora, impactando nossas vidas diariamente e de várias formas, o que nos exigirá constante adaptação para que saibamos conviver em harmonia.
Em termos de gestão, somente a adoção das chamadas “boas práticas” em Governança é que permitirá, pelas organizações, a concretização, a efetivação de medidas adotadas em prol do meio ambiente e da sociedade. As organizações deverão assumir cada vez mais seu “papel” de influente “ator social”, até para, em parte, suprirem mesmo – e lamentavelmente – alguns espaços e obrigações que deveriam ser da administração pública, que deixa a desejar justamente por, em certa medida, não ter “governança”.
Enfim, se 2023 foi um ano para se conhecer sobre a temática ESG, 2024 será um ano para se “arregaçar as mangas”, concretizar ideias e projetos, ou seja, será, mais uma vez, um ano desafiador.
Um ótimo final de ano a todos!!
 

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