Esposas e maridos

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a serviço da República Federativa do Brasil

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 04/11/2025
Horário 05:30

Cenas não registradas de um casamento sueco: a esposa falou pro marido Lars: "Lars doce Lars", disse dona Liv, satisfeitíssima com o Lars, que, a julgar pelo entusiasmo da patroa, deve ter açúcar na língua. Ou mel de abelha africana na ponta do "lápis". Em suma: Lars no doce lar em cenas de um casamento sueco.
E em cenas de um casamento judeu, o que disse a Sara pro marido Jacó? "Deixa de ser tão ortodoxo, Jacó! Abra "o lojinha" também aos sábados, pois tem bandeira vermelha na conta de luz". Vai ver dona Sara está coberta de razão. 
Mesmo modesto, um lucro a mais no fim de semana não faz mal a ninguém. Aliás, o Espadachim reafirma seu compromisso com a livre iniciativa, e volta a proclamar alto e bom som: somos a favor do lucro e contra o prejuízo.
De volta à vaca fria (vaca quente só na panela), vamos em frente com esse papo sobre esposas e o que elas falam - e recomendam - aos maridos. "Giuseppe, me deu vontade de comer pizza de ostra, estou grávida e se vira. Dá um jeito de encontrar pizza de ostra", diz a esposa italiana Ornella Farinata. "Leitoa miséria, quer dizer, porca miséria, onde vou achar pizza de ostra?", alerta o Giuseppe. Ao que Ornella, irritada, afirma categoricamente: "Não quero saber. Pega o jatinho e vá buscar em Bombinhas, lá em Santa Catarina, onde tem criação de ostra dentro do mar".
A esposa americana recomendou ao marido, sargento do Exército, para tomar cuidado lá na base da Coreia do Sul. "Darling, fica de olho no norte. Se vir o Kim Jong-un em manobras militares, dá uma desculpa e vá para Tóquio, que é mais seguro". 
Às vezes, esposa também dá uma de mãe cuidadosa, tanto é que tem marido que chama a mulher de "mãe". Já flagrei isso várias vezes e acho normal, pois, quando o casamento vai de mal a mal mesmo, os cônjuges esquecem que também são amantes e viram assistentes sociais. 
"Olha, benhê, você pode contar comigo numa emergência", parecem dizer os ex-pombinhos, talvez preocupados em separar os bens. Pois é, no começo é meu bem, no fim "são meus bens pra cá e seus bens pra lá".
E a esposa brasileira? O que ela pode dizer ao marido em situações econômicas anormais? Tem a crise do café, o ouro preto, que custa uma nota preta e de outras cores. Há famílias que não têm dinheiro para comprar um pacote de 300 gramas de café, especialmente se o café é de grife.
Por isso, dá para imaginar o diálogo entre a esposa brasileira e seu digníssimo: "Nabuco, para de ver futebol na tevê, tira esse traseiro gordo do sofá e vai lá na venda do Leleco e vê se ele te arruma uma graninha "pra módi ocê" comprar um pozinho de café. Anda logo, seu safado!" 
Dando uma de criativa, ela apresenta um plano B ao marido. "Se "ocê" não encontrar café pelo menos razoável, vá atrás do café de cevada. Dizem que é bom", observa. E arrematou: "Só não tem cafeína", acrescentando que uma amiga vegana lhe orientou sobre os benefícios do café de cevada. 
 
DROPS

Em terra de cego, oftalmologista é rei.

O muro desabou porque muita gente ficou em cima.

Estava por cima da carne-seca e até da carne molhada.

A carne é fraca, mas os açougues confirmam que o preço é forte.

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