Estado abre inscrições para última turma de curso obrigatório de combate à violência contra mulheres

Capacitação é exigida para profissionais de bares, restaurantes, casas de eventos e espetáculos e similares; cumprimento será fiscalizado pelo Procon

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 10/11/2023
Horário 16:59
Foto: Arquivo
Local que cumprir legislação poderá conquistar selo
Local que cumprir legislação poderá conquistar selo

O governo de São Paulo abriu as inscrições para a última turma do curso gratuito e obrigatório de combate à violência contra mulheres, por meio do protocolo "Não se cale".

Essa é a última fase para que os profissionais se cadastrem e realizem a capacitação, que é obrigatória por lei para quem trabalha em bares, restaurantes, casas de eventos, espetáculos e similares. O preenchimento do formulário é individual e leva aproximadamente cinco minutos. Basta acessar o link forms.univesp.br/nao-se-cale. A capacitação só é válida com o certificado emitido pela Secretaria Estadual de Políticas para a Mulher.

Quem se inscrever agora começará as aulas em janeiro de 2024. O curso é totalmente online e pode ser realizado conforme ritmo e disponibilidade de cada profissional.

Profissionais que atuam nos setores de gastronomia, entretenimento e lazer têm prioridade, além dos que trabalham em áreas de segurança, assistência social e saúde. Contudo, trabalhadores de outras áreas também poderão ocupar as 1,5 milhão de vagas disponibilizadas pelo governo de São Paulo.

A capacitação visa preparar os estabelecimentos a identificar e enfrentar situações de risco de forma ativa e adequada, prestando os auxílios previstos no protocolo diante de qualquer pedido de socorro ou suspeita de caso de assédio, violência ou importunação sexual.

A certificação é exigida pelas leis 17.621/2023 e 17.635/2023 e decreto 67.856/2023. O cumprimento será fiscalizado pelo Procon-SP (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor). Eventuais infrações podem resultar em multa, suspensão do serviço ou atividade e até interdição, nos termos estipulados pelo Código de Defesa do Consumidor. A multa pode variar de 200 a 3 milhões de UFESPs (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo) – atualmente com valor unitário de R$ 34,26, de acordo com a gravidade e critérios previstos no código.

Até o primeiro trimestre de 2024, todos os setores deverão ter concluído o curso, de acordo com a resolução nº 5/2023.

Curso e certificado

O conteúdo foi preparado pelo governo de São Paulo em parceria com a Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) e a TV Cultura. Há módulos sobre conscientização, fluxos de atendimento e rede de proteção, agregando conteúdos didáticos nas áreas de segurança, saúde e assistência. O tempo máximo estimado para a conclusão do curso é de 30 horas.

Depois da conclusão, o profissional recebe um certificado oficial e autenticado, garantindo que o estabelecimento onde trabalha possa obter futuramente o selo e prêmio Estabelecimento Amigo da Mulher. 

Entenda o protocolo

O protocolo foi criado para reforçar as estratégias de proteção das mulheres em estabelecimentos privados e públicos, padronizando formas de acolhimento e suporte do poder público. Agora, a mulher que precisar de apoio pode pedir ajuda tanto verbalmente quanto por meio de um sinal feito com apenas uma mão: palma aberta para cima, polegar flexionado ao centro e dedos fechados em punho. Diante da solicitação ou situação suspeita de assédio contra uma mulher, os profissionais capacitados deverão acolher a vítima em espaço reservado e seguro e oferecer acompanhamento para sair do local. Caso haja necessidade, a polícia ou o Same (Serviço de Atendimento Móvel de Emergência) poderão ser acionados, respeitando sempre a decisão da mulher. 

Além desse apoio, é obrigatório fixar os cartazes oficiais sobre a lei em local visível para todos, além dos banheiros destinados ao público feminino. Somente os estabelecimentos que cumprirem integralmente a legislação poderão conquistar futuramente o selo e prêmio Estabelecimento Amigo da Mulher. O selo terá três categorias distintas – ouro, prata e bronze – e terá validade anual. Os critérios serão indicados em resolução estadual para graus de complexidade das ações adotadas pelo estabelecimento. A partir de 2024, aqueles que já tiverem obtido a certificação ouro poderão participar da premiação a partir de edital de chamamento público.

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