Em reunião na 29ª Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Presidente Prudente, o coordenador estadual de Defesa Civil, coronel José Roberto Rodrigues de Oliveira, anunciou na manhã de ontem a destinação de uma verba de R$ 120 para cada agente que trabalhar aos sábados nas campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti. Além da ajuda financeira, foi divulgada também a implantação do sistema de setores censitários, que divide os municípios por áreas de atuação e busca o apoio de entidades, associações e organizações assistenciais.
Com o tema "Todos juntos contra o Aedes aegypti", o evento teve a participação de aproximadamente 200 pessoas, entre representantes de municípios da Nova Alta Paulista e da Alta Sorocabana, além de políticos, agentes dos órgãos de combate e representantes de entidades de Prudente e região. Com pelo menos 2.768 casos confirmados de dengue desde o início do ano, conforme o último balanço divulgado no início da semana pela VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), Prudente apresenta índices que classificam a cidade em situação de surto.
Anúncio foi feito em reunião na 29ª Subseção da OAB, ontem
Em todo o Estado, conforme dados informados pelas secretarias municipais de Saúde, por meio do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), foram confirmados 4.694 casos autóctones, quando a contaminação é feita dentro do próprio município, até o dia 2 de fevereiro. Na ocasião, Prudente somava 299 casos confirmados da doença. No mesmo período, o Estado registrou ainda 304 casos importados e catalogou 35.194 notificações.
Frente os números e com o objetivo de reduzir o índice de infestação em menos de 1% em todos os municípios do Estado, a Defesa Civil apresentou uma proposta de incentivo financeiro do governo. De acordo com o coordenador estadual de Defesa Civil, será repassada às prefeituras do Estado uma verba de R$ 120 por agente de combate a endemias. O valor será destinado aos serviços prestados durante os finais de semana, mais especificamente aos sábados.
Setores censitários
A outra proposta anunciada durante o encontro foi a implantação do sistema de setores censitários, que levará em conta a distribuição demográfica utilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para setorizar o combate à proliferação do mosquito
Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya. "Só existe a transmissão se existir o mosquito. Então, nossa guerra é eliminá-lo, juntamente com seus criadouros", afirma o coordenador.
Conforme dados divulgados pelo coordenador, Presidente Prudente é compreendida por 321 setores censitários. Dentro deste contexto, a Defesa Civil calcula que cada área conta com uma média de 200 a 300 residências, além de associações, entidades, igrejas, escolas e organizações, que poderiam formar uma força-tarefa no combate ao vetor. "Nossa proposta é utilizar os setores e, dentro de cada um deles, queremos encontrar voluntários dispostos a ajudar nos mutirões. Uma vez que consideramos ser mais fácil uma pessoa da comunidade entrar nas casas, do que o próprio agente", relata.
Recepção
Para a Defesa Civil de Presidente Prudente, o apoio financeiro virá em uma "boa hora", haja vista que servirá de incentivo para os agentes. "Estamos aguardando concretizar o repasse, que será muito importante para o seguimento dos trabalhos", salienta o coordenador Feiz Abbud. De acordo com a VEM, atualmente cerca de 100 agentes de controle a endemias atuam na cidade.
Quanto ao sistema de setores censitários, Feiz Abbud diz que "já é implantado em Prudente", contudo, tomando como base áreas de abrangência maiores. "Nós já fazemos isso, mas em áreas maiores, inclusive com a realização de mutirões. A proposta da Defesa Civil estadual é diminuir esses setores e contar com o apoio do voluntariado, mas vamos estudar as possibilidades", pondera o coordenador, que não confirma se a proposta de setores censitários da Defesa Civil estadual será aplicada em Prudente.
