Estado investirá R$ 23 milhões para aumentar segurança da biodiversidade do Morro do Diabo

Medidas incluem implantação de novos radares de velocidade, passagens de fauna e cercas de segurança, a fim de proteger espécies ameaçadas de extinção

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 05/06/2023
Horário 14:21
Foto: Fundação Florestal
Parque em Teodoro Sampaio abriga espécies ameaçadas de extinção
Parque em Teodoro Sampaio abriga espécies ameaçadas de extinção

A Semil (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística) anunciou, nesse sábado, investimento de R$ 23 milhões para aumentar a segurança da biodiversidade no Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio.

Entrarão em operação quatro novos radares de velocidade, além dos dois já existentes, na Rodovia Arlindo Bettio (SP-613), via que corta o parque, e serão construídas três novas passagens de fauna. Também serão implantados 30 quilômetros de cercas de segurança ao longo da via e outros 10 quilômetros na Estação Ecológica Mico-leão-preto.

O anúncio foi feito pela secretária Natália Resende, que visitou o parque e vistoriou a Rodovia Arlindo Bettio (SP-613), que atravessa a área da unidade de conservação. “Esse é um ótimo exemplo de política transversal e integrada da Semil, a partir de uma iniciativa em prol da preservação da fauna local, unindo um dos braços ambientais da secretaria, a Fundação Florestal e o DER [Departamento de Estradas de Rodagem]”, comentou.

Localizado no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado e próximo ao bioma Cerrado, o Parque Estadual do Morro do Diabo é um dos raros trechos de Floresta de Planalto do país, abrangendo quase 34 mil hectares de Mata Atlântica interiorana. O parque abriga espécies ameaçadas de extinção, como anta, queixada, bugio, puma e onça-pintada, além de ser o lar da maior população livre do mico-leão-preto, uma espécie de primata entre as mais ameaçadas do planeta.

Além disso, a unidade de conservação possui a maior reserva de peroba-rosa do país, desempenhando um papel importante nos trabalhos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.

Além de ser utilizado para atividades de lazer e esporte, o Parque Estadual do Morro do Diabo desempenha um papel importante nas pesquisas científicas. O parque serve como base para o Programa Monitora BioSP, da Fundação Florestal, instituição ligada à Semil.

Os estudos realizados no parque fornecem subsídios para a tomada de decisões, não apenas para a proteção de espécies e conservação da biodiversidade, mas também para a implementação de ações relacionadas ao aumento da cobertura vegetal e à redução da fragmentação das paisagens. Isso contribui para ampliar os serviços ecossistêmicos e ambientais das unidades de conservação e das zonas de amortecimento.

Estrutura do parque

Em 2022, o governo de São Paulo realizou investimento de R$ 6 milhões na reforma das edificações do Parque Estadual do Morro do Diabo. Essas melhorias incluíram a revitalização do centro de visitantes, alojamentos, hospedarias, playground e museu. Além disso, recursos foram destinados para aprimorar as áreas das churrasqueiras e pontos de apoio para atividades de camping, bem como para receber motorhomes e trailers.

O parque é considerado um dos quatro “parques modelo” do Estado, ao lado dos parques estaduais Ilha Anchieta (Ubatuba), Ilha do Cardoso (Vale do Ribeira) e Intervales (Ribeirão Grande). Oferece atrações como a trilha do Morro do Diabo, que conduz ao topo da montanha e proporciona uma vista panorâmica exuberante. Também está disponível a ciclorrota Caminho das Onças, um percurso de 51 quilômetros.

Além disso, o parque conta com trilhas inclusivas, como a trilha da Lagoa Verde, que pode ser percorrida utilizando cadeiras Julietti, especialmente projetadas para pessoas com limitações físicas.

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