Estudo na região aponta que bioinsumos melhoram crescimento e resistência do eucalipto-cheiroso

Pesquisa de mestrado avaliou uso de micro-organismos e microalgas na produção de mudas e indicou ganhos expressivos em desenvolvimento e tolerância ao estresse hídrico

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 01/07/2025
Horário 17:58
Foto: Cedida
Engenheiro florestal Renato durante experimento em casa de vegetação
Engenheiro florestal Renato durante experimento em casa de vegetação

Um estudo na região analisou a influência de bioinsumos – micro-organismos e microalgas – na produção de mudas de Corymbia citriodora: nome científico do eucalipto-cheiroso, espécie amplamente cultivada no oeste paulista.

A pesquisa também avaliou o desempenho inicial de plantas inoculadas com os mesmos bioinsumos em relação às condições de estresse hídrico. Foram encontrados bons resultados para as mudas e em relação às condições adversas.

Foram dois experimentos. O primeiro no viveiro florestal Sartori, em Regente Feijó. O segundo em casa de vegetação do Ceofop (Centro de Estudos em Olericultura e Fruticultura do Oeste Paulista), no campus 2 da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), em Prudente.

A produção científica foi conduzida pelo engenheiro florestal Renato de Araújo Ferreira junto ao Programa de Pós-graduação em Agronomia, pelo qual a Unoeste oferta mestrado e doutorado. A orientação foi de Edgard Henrique Costa Silva.

Conforme o autor do estudo, professor no Colégio Agrícola, os bioinsumos permitiram significativas melhorias no desenvolvimento das mudas, com destaque para a bactéria Priestia megaterium que proporcionou mudas mais robustas em relação ao grupo controle.

Os incrementos ocorreram nas variáveis altura, com o índice de 28,88%; diâmetro, com 20,92%; massa seca da parte aérea, 25,01%; massa seca das raízes, 28,57%; e índice da qualidade de Dickson, em 25,93%.

O fungo Trichoderma harzianum proporcionou, também em relação ao grupo controle, incrementos na variável volume de raiz em 12,05%, além de potencialmente promover o volume das raízes. A Priestia megaterium impactou na parte aérea das mudas.

Em caso de vegetação, a mesma bactéria destacou-se positivamente em diversas condições de estresse, com resultados semelhantes ao grupo na condição de não estresse hídrico. Portanto, sugerindo potencial para promover tolerância das plantas.

Foto: Cedida - Experimento no Viveiro Sartori, em Regente Feijó

Relevância do tema

A banca avaliadora colocou em evidência a relevância do tema, "que tem muito a contribuir com produtores de madeira e, notadamente, do eucalipto". Também parabenizou orientando e orientador "pelo zelo e pela complexidade do estudo".

De acordo com a pesquisa, no Brasil a produção de floresta comercial ocupa 10,2 milhões de hectares. Em 2023, o faturamento foi de R$ 202 bilhões. Dentre as espécies cultivadas, 76,5% são de eucalipto, incluindo o Corymbia citriodora.

Na defesa pública, no dia 23 de junho, a avaliação interna foi de Ana Cláudia Pacheco e a externa de Andréia Cristina Silva Hirata, da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) em Prudente.

Com a dissertação “Bioinsumos no desenvolvimento inicial de Corymbia citriodora: efeito na qualidade de mudas e tolerância ao estresse por deficiência hídrica”, Renato Araújo Ferreira foi aprovado para receber o título de mestre em Agronomia.

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