Estudo que testa estimulação e exercício motor em pacientes com Parkinson busca voluntários em Prudente

Neurocom-Lab, da FCT/Unesp, desenvolve pesquisa que visa aprimorar equilíbrio e locomoção de pessoas diagnosticadas com doença, a fim de reduzir sintomas e probabilidade de quedas

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 09/09/2025
Horário 16:42
Foto: FCT/Unesp
Laboratório investiga efeitos da estimulação transcraniana associada a exercícios motores em pacientes com Parkinson
Laboratório investiga efeitos da estimulação transcraniana associada a exercícios motores em pacientes com Parkinson

O Neurocom-LAB (Laboratório de Neurociência e Comportamento Motor), vinculado ao Departamento de Educação Física da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), em Presidente Prudente, está conduzindo um projeto voltado ao tratamento da doença de Parkinson. A pesquisa, iniciada em 2024 e financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), conta com a colaboração de pesquisadores nacionais e internacionais, além da participação ativa dos alunos de mestrado e doutorado em Ciências do Movimento, Beatriz Legutke, Murilo Lorencetti Torres e Thiago Sirico. A captação de voluntários está em andamento.

Sob a coordenação do professor Victor Beretta, o estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da combinação entre estimulação transcraniana e exercícios motores para aprimorar o equilíbrio e a locomoção de pessoas com Parkinson. A proposta também busca compreender como essa intervenção repercute na atividade cortical, ou seja, no funcionamento cerebral durante tarefas motoras.

Segundo Beretta, os impactos esperados podem ser significativos na qualidade de vida dos pacientes. “Sabemos que a doença de Parkinson provoca sintomas motores que comprometem o dia a dia, como a instabilidade postural e a dificuldade para caminhar. Essas alterações tornam a locomoção mais lenta, com passos menores, e aumentam em cerca de três vezes o risco de quedas em comparação a idosos sem a doença. Nossa expectativa é que a combinação entre estimulação e exercício motor ajude a reduzir esses sintomas e, consequentemente, diminua também a probabilidade de quedas, trazendo benefícios diretos à qualidade de vida”, explica.

O projeto está em fase de recrutamento e coleta de dados. A previsão é que a primeira etapa seja concluída até o final de 2025. “Ainda não temos os resultados consolidados, mas esperamos que, se confirmados, eles possam futuramente ser aplicados na prática clínica. Os próximos passos envolvem identificar quais características individuais e quais parâmetros de estimulação são mais eficazes, de modo a otimizar o protocolo e ampliar seus efeitos positivos”, acrescenta o pesquisador.

Em busca de voluntários

O Neurocom-Lab está em busca de voluntários com diagnóstico de doença de Parkinson interessados em contribuir com a pesquisa. Os participantes passarão por avaliações e terão acompanhamento durante todo o processo experimental. Interessados podem entrar em contato: (19) 99744-7942 (Thiago, [email protected]), (19) 99845-7533 (Beatriz, [email protected]) ou (11) 99321-4837 (Murilo, [email protected]).

Trabalho do laboratório

Criado em 2023, o Neurocom-Lab se dedica a investigar como o cérebro controla o movimento humano, especialmente em tarefas de locomoção e equilíbrio. Além de pesquisas sobre a doença de Parkinson, o laboratório desenvolve estudos sobre neuromecânica e estratégias de treinamento voltadas a indivíduos com diferentes condições neurológicas, como AVC (acidente vascular cerebral).

O interesse do professor Beretta pelo tema surgiu em sua tese de doutorado, intitulada “Oito sessões de estimulação elétrica transcraniana melhoram a resposta postural de pessoas com Parkinson”, publicada com destaque pela Fapesp. A pesquisa contou com a participação de 22 pessoas com diagnóstico de Parkinson. Os dados mostraram que, logo após a realização das oito sessões, houve melhora na capacidade de recuperação do equilíbrio diante de perturbações externas. Além disso, nas análises realizadas um mês depois, os efeitos positivos do tratamento ainda puderam ser observados.

Publicidade

Veja também