FÁBIO DA SILVA LOPES, 45 ANOS, ESCRITOR DE DOIS LIVROS, CONHECIDO COMO O POETA CADEIRANTE, NASCEU NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE ANHUMAS E NUNCA FREQUENTOU UMA ESCOLA DEVIDO A SUA DEFICIÊNCIA FÍSICA, QUE OCORREU COM ALGUNS PROBLEMAS NO PARTO. FABIO APRENDEU A LER COM 18 ANOS, FOI NESSA MESMA ÉPOCA QUE ENTENDEU O SIGNIFICADO DA VIDA.
Quando começou a escrever?
Comecei a escrever com 35 anos, quando ganhei um net book. Eu já adorava ler há muito tempo, mas por causa do meu problema físico, nunca consegui segurar um lápis ou caneta com minhas mãos, por isso jamais consegui escrever, nem tão pouco frequentar a escolha regularmente, vindo a aprender a ler com a ajuda das minhas irmãs, por volta dos meus 16 anos e desde então me encantei com os bons livros.
Como você define o poema?
O poema é uma arte de em palavras, transmite a beleza da vida, com clareza, objetividade, amor e doçura. É um texto informal e fácil de expressar o que sentimos.
Quais autores influenciaram seu estilo?
Bem, minha inspiração de escrever não vem dos livros que li, acho que minha inspiração vem das coisas que vivi, das músicas que ouvi, e até do pôr do sol que não vi. Escrevo por vezes, sem saber onde quero chegar, contudo, relendo meus escritos outro dia, percebi que tem um pouco do que cantava João Paulo e Daniel, Gean e Giovane, Roupa Nova, dentre outros cantores de minha infância, porém minhas influencias vão desde Zé do Prato, Asa Branca aqueles locutores de rodeio, eu sempre admirei o padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo, até Sergio Cortella, Leandro Karnal e outro tantos, que nem sei ao certo quem são.
Qual é o seu ritmo de trabalho? Você escreve todos os dias?
Sim, escrevo todos os dias, de manhã e à tarde, e desligo as redes sociais pra não me incomodar.
O poema assumiu alguma tarefa na sua vida ao longo dos anos de escrita?
Adoro escrever, há anos estou escrevendo a história da minha vida, e também uma história fictícia, e os poemas vêm e vão, mas quando ele vem é muito gostoso, pois é algo novo até para mim, coisas que eu mesmo nunca havia visto, muito bom mesmo.
Tem alguma técnica para construir os poemas? Inicia com uma ideia, com uma palavra ou com uma imagem?
Risos de Fábio… Como já falei, nunca fui à escola, e também não imaginava que ia me tornar um escritor e poeta. Então se tenho uma técnica, ela é abrir o coração e deixar sair o que está dentro dele, e por vezes uma palavra, um acontecimento, desperta em mim a vontade de escrever, mas isso não é uma regra e nem um sacrifício.
Você é uma pessoa mais diurna ou noturna do ponto de vista de escrita?
Diurna, gosto de escrever de dia e deixar as noites pra redes sociais.
Qual é o seu livro favorito?
Difícil de citar um, pois já li tantos e cada um tem seu encanto, por isso gosto de dizer que somos a junção de tudo o que lemos, aprendemos e vivemos por meio da leitura.
Fale um pouco de sua trajetória literária...
Comecei quase por brincadeira, respondendo torpedos que recebia dos amigos, e por incentivo de uma amiga, fiz meu primeiro livro e, em breve, já vou lançar meu terceiro livro.
Como vê a relação entre internet e o livro?
A internet veio ocupar um espaço que já era dela, no meio das comunicações em geral, mas creio que os livros impressos jamais vão deixar de existir.
Quais assuntos você gosta de poetizar?
A vida em todas as particularidades, grandeza e detalhes. Contudo, não sou eu quem escolhe o poema é ele quem me escolhe, tanto que por vezes me sinto como lápis, que vive a riscar o papel, sem saber o que está a fazer, mas no fim sempre me encanto com o que terminei de fazer.
Qual sua maior dificuldade?
Em relação a escrever, é a lentidão com que escrevo, pois por vezes ela não acompanha meu pensamento e por vezes esqueço palavras ou frases inteiras.
Em que ano você publicou o primeiro livro?
Há exatamente cinco anos, foi no dia 9 de outubro de 2017, jamais esquecerei esse dia, pois estava ansioso sobre o que as pessoas iam achar e se iam gostar ou não, mas no fim tudo deu certo, e hoje é algo que me completa em todos os sentidos.
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