Fala, bicho!

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista que avisa: cuidado com a colisão entre as galáxias Via Láctea e Andrômeda

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 01/07/2025
Horário 05:30

Todo garboso e com a cauda empinada, o jacaré-de-papo-amarelo concedeu uma movimentada entrevista para repórteres crocodilos do Daily Planet, onde trabalha o Clark Kent. Falando com desenvoltura, parecendo deputado da oposição quando ataca o Lula, o jacaré era bom de papo, talvez para justificar a sua espécie.
Ao abrir a boca com dentes ameaçadores, o réptil condenou a indústria que produz sapatos, cintos e bolsas com couro de jacaré. Esculhambou todo mundo. "Deveriam usar plástico, e não o nosso couro", sugeriu.
Já sobre os perigos que enfrenta nos rios, como ataques de onças e de piranhas, o nosso amigo, que "ilustra" o jogo do bicho, assim se manifestou: "Eu tomo o maior cuidado. Tanto é que em rio que tem piranha eu nado de costas". Compreensível!
Um sapo que estava acompanhando a entrevista do jacaré também resolveu falar, palpitando mais do que palpitação. "Diz aí, seu sapo", sapecou um repórter. O sapo inflou a boca - e talvez o ego - e deu a impressão de que explodiria. Deu alguns saltos, soltou espuma e finalmente conversou com a reportaiada, como dizia o saudoso Juarez Soares.
E não é que o sapo, talvez com sapiência, deu uma lição de democracia e de política? "Seguinte, caros repórteres do Daily Planet: publiquem a minha mensagem na primeira página. É a manchete. Democracia é a arte de engolir sapos. Ah, sim: política também é a mesma arte, mas a coisa é mais complicada. Vejam o que o Huguinho faz com o governo. Apenas um exemplo", explicou o sapo. 
Além do jacaré e do sapo, outros animais das mais variadas espécies também fizeram questão de dar entrevista. Afinal, estava ali uma equipe de repórteres notáveis de um jornal onde trabalha ninguém menos do que o Clark Kent. 
Ofegante após um voo rasante, um periquito pousou no ombro da repórter Lois Lane, dando uma de papagaio de pirata, e reclamou: "Ô bela, publica aí que o papagaio come milho e eu levo a fama. Não tenho comido milho. É uma injustiça contra a minha pessoa, quer dizer, contra este pássaro tão formoso, no caso, eu mesmo", reiterando que não merece tal fama e que não quer prejudicar as exportações de milho do agronegócio.
Acrescentou que a culpa terá que ser creditada à gulodice do papagaio, se houver redução nas exportações. "Prometo ao senhor que vou esclarecer esta história", esclareceu a repórter, que estava mais bonita do que a Rose Martins (conhece a Rose? Pesquise!).
Por sua vez, o falcão-peregrino disse que ainda vai superar a velocidade da Ferrari. "Já alcanço 330 quilômetros por hora. Quero passar de 350 nos meus voos domésticos e internacionais", contou, observando que faz uma dieta especial, que inclui salmão selvagem do Alasca.
Outros bichos também falaram "cobras e lagartos" e, por fim, o bicho-preguiça também soltou os cachorros, mas de um jeito manso como é do seu feitio. "Por que o senhor (olha o respeito) anda tão devagar?", perguntou um repórter. O bicho-preguiça olhou de lado e mansamente lascou: "Ando devagar porque já tive pressa". Mais não disse nem lhe foi perguntado.

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