A família dos irmãos Laís Rodrigues de Oliveira, 13 anos, e Luiz David Rodrigues de Oliveira, 10 anos, de Presidente Prudente, corre contra o tempo para conseguir arcar com os gastos de transporte, moradia e alimentação em São Paulo. A família precisará ficar na capital paulista por um período de um ano a um ano meio após a realização do transplante de medula óssea que as crianças irão passar neste segundo semestre. Laís irá passar pelo procedimento nesta quarta-feira, quatro meses depois, será a vez de Luiz David.
A garota Laís completou 13 anos no último dia 30 e, assim como seu irmão Luiz David, foi diagnosticada, ainda bebê, com anemia falciforme, uma doença genética que altera a formação dos glóbulos vermelhos e pode acarretar diversos problemas de saúde ao longo da vida. A mãe das crianças, Rosângela Rodrigues dos Santos, atualmente dedica sua vida para cuidar do bem-estar dos filhos. “Desde que nasceram, eles fazem um tratamento para controlar a doença, porém, o organismo deles, no decorrer do tempo, não correspondeu ao tratamento”, relata Rosângela ao falar sobre o motivo que levou as crianças a necessitarem de um transplante de medula óssea.
Ao longo deste período, os irmãos tiveram uma série de complicações por conta da doença: Laís sofreu dois AVCs (acidente vascular cerebral), o mais recente em janeiro deste ano, e aos seis anos passou por um procedimento cirúrgico para retirar a vesícula; Luiz David, por sua vez, precisou retirar o baço quando tinha 4 anos de idade.
Laís e Luiz David, atualmente, necessitam receber transfusões sanguíneas mensalmente, às vezes, no caso do garoto, semanalmente. As transfusões são realizadas no Banco de Sangue anexo à Santa Casa. As crianças também passam por tratamento no Instituto RH de Hematologia.
Rosângela descreve que, após dois anos de espera pelo transplante de medula óssea, o procedimento finalmente acontecerá e será realizado no Hospital do Itaci (Instituto de Tratamento do Câncer Infantojuvenil), no bairro de Pinheiros, em São Paulo. “Eles foram encaminhando para o transplante de medula em 2020. A gente aguardou por dois anos e só agora ele saiu. Fomos orientados pela equipe de transplante para alugar um apartamento ou kitnet próximo do hospital, a cerca de 30 minutos no máximo, porque no caso de uma intercorrência pós-transplante, eles precisam estar próximos do hospital para serem socorridos”, relata.
Segundo Rosângela, que será a doadora de medula óssea para Laís e Luiz David, o transplante será do tipo haploidêntico, um procedimento recente, no Brasil, onde o doador não precisar ser totalmente compatível para que o procedimento possa ser realizado. “O pai e a mãe podem ser doadores de medula se forem 50%, ou mais, compatíveis, como foi o meu caso: eu fui compatível 50% com o Luiz David e 75% com a Laís, então, eu vou ser a doadora de medúla para os dois”, conta.
Durante o período pós-transplante, as crianças precisarão passar por acompanhamento médico três vezes por semana. De acordo com Rosângela, a família precisará morar em São Paulo por um período de um ano a um ano e seis meses, porém, a renda da família não consegue arcar com gastos necessários para sobreviver na capital do Estado. “A gente não tem condições de arcar com alimentação e aluguel. No momento, somente o pai deles trabalha. Eu não consigo trabalhar, porque tenho que cuidar das crianças, estar no hospital direto”, expõe.
Diante da falta de condição monetária para arcar com os gastos do período pós-transplante, Rosângela e seu esposo Luiz Carlos de Oliveira criaram a página da campanha “Cura dos irmãos Laís e Luiz David” no Facebook, com o objetivo de compartilhar com a comunidade prudentina a luta diária das crianças, pais e equipe médica no tratamento da anemia falciforme e, também, com o objetivo de arrecadar fundos para subsidiar o período da família na capital paulista. Segundo Rosângela, depois que a história de luta de Laís e Luiz David foi divulgada nas emissoras de TV locais houve um aumento considerável com o engajamento pela campanha. “Começamos com a página no dia 1º de julho do ano passado, a gente só veio conseguir as doações depois que passou na TV Fronteira”, conta a mãe das crianças.
Segundo ela, a campanha já arrecadou R$ 17 mil, porém, o valor ainda é insuficiente com o que foi calculado pela família para passar cerca de um ano e meio em São Paulo. “Fomos pesquisar onde os médicos indicaram para nós ficarmos, e o aluguel é muito caro. O contrato de um ano da kitnet que fomos ver vai ficar em R$ 40 mil, fora as despesas com a alimentação, com o Uber nas idas até o hospital. Suponho que iremos gastar algo, neste período, em torno de R$ 60 mil a R$ 70 mil”, relata Rosângela.
Caso queira contribuir no auxílio à Laís e Luiz David e aos pais das crianças, Rosângela e Luiz Carlos, no custeio do período pós-tratamento, você pode realizar um pix por meio da chave (celular) 18991351586 ou realizar um depósito na conta poupança da Caixa. Agência: 0338; conta: 50446-7; Dig: 013.
Foto: Cedida
Laís passou pela última transfusão de sangue nesta sexta, em Prudente, antes do transplante em São Paulo, na quarta-feira