Família Santa e Guerreira – parte II

Persio Isaac

CRÔNICA - Persio Isaac

Data 09/05/2021
Horário 07:00

Minha querida prima Lúcia Moysés, psicóloga e escritora, relata essa passagem da Família Santa e Guerreira num Dia de Finados, no cemitério em São Paulo:
Enterros
Enterros são sempre tristes, mas a nossa família consegue encontrar humor mesmo nas situações mais tristes.  Abraçamos, choramos e rimos, tudo ao mesmo tempo.
Em uma ocasião, eu ainda era bem pequena, estava toda a família do meu pai rezando no cemitério. Era Dia de Finados.
Uma tia começou a oração pedindo pela alma de um determinado membro da família. Rezaram uma Ave Maria. Outra tia, então, pediu por outra alma. Rezaram outra Ave Maria. E assim foram pedindo e rezando, pedindo e rezando, pedindo e rezando.
— Agora uma Ave Maria pelo pai do Queiroz.
— O pai do Queiroz morreu? – perguntou meu pai para a minha tia Hélia.
— Shhhh, Néi. Morreu já faz 20 anos.
— Ah...
  Já fazia quase uma hora que estavam ali, de pé, debaixo de um sol de 40ºC, quando meu tio Jorge começou a pedir por outra alma.
— Agora uma Ave Maria para...
Minha tia Mariana, já sem paciência, cansada e desidratando, cortou meu tio, brava.
— Chega! Vamos pedir por todas as almas de todas as famílias, de todos os países, de todo o universo!
A última Ave Maria foi rezada com todos olhando para baixo disfarçando a risada. Vejam Vocês.

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