Faturamento do comércio regional é o pior do Estado, diz Fecomercio

PRUDENTE - Jean Ramalho

Data 14/07/2016
Horário 09:56
 

 

Enfraquecido pela queda nas vendas dos bens de consumo duráveis e semiduráveis, o comércio varejista de Presidente Prudente e região registrou uma queda de 0,2% no comparativo entre o primeiro quadrimestre deste ano e o mesmo período de 2015. Nos primeiros quatro meses de 2016, a receita do comércio regional atingiu R$ 2.666.926.535,00, enquanto que, no ano anterior, o rendimento foi de R$ 2.674.725.103,00. No acumulado do ano, o recuo foi um pouco maior, de 0,3%. Já nos últimos 12 meses, a retração foi de 5,5%. Trata-se do pior faturamento do comércio estadual.

Os dados foram divulgados pela Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), por meio da PCCV (Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista). Na região de Prudente, a pesquisa considera a quantia de 56 municípios, pertencentes à DRT-10 (Delegacia Regional Tributária), da Secretaria da Fazenda estadual.

Jornal O Imparcial Lojas de vestuário, tecidos e calçados tiveram queda de 20,4%

O levantamento leva em consideração 16 regiões de todo o Estado. Sendo que, de acordo com a entidade, a região de Prudente representa o pior faturamento do comércio estadual. A redução nos lucros do comércio durante os primeiros quatro meses deste ano, frente ao mesmo período de 2015, foi impulsionada, sobretudo, pela contração nas vendas relacionadas ao setor dos bens de consumo duráveis, que são aqueles que podem ser utilizados várias vezes durante longos períodos, e semiduráveis, que envolve os produtos que vão se desgastando aos poucos, como calçados e roupas.

E foram justamente as lojas de vestuário, tecidos e calçados que tiveram o maior encolhimento no comparativo, com uma queda de 20,4%. Entre janeiro e abril de 2015, o faturamento do setor atingiu R$ 146.740.715,00, enquanto que, neste ano, o saldo fechou em R$ 116.690.018,00. As concessionárias de veículos acompanharam a tendência e fecharam o quadrimestre com uma perda de 15,9% nos rendimentos, dos R$ 266.847.592,00 obtidos em 2015, contra R$ 224.285.508,00 neste ano.

 

Saldos

Outros ramos que registraram retração foram o de móveis e decoração, com uma queda de 11,1%; de eletrodomésticos e eletrônicos, com -8,1%; e o de materiais de construção, com um encolhimento de 3,8%. Por outro lado, o setor de autopeças e acessórios fugiu da regra e fechou o período com uma alta de 6,4%, resultado dos R$ 53.583.948,00 faturados em 2015, contra R$ 57.028.365,00 neste ano, uma diferença de R$ 3.444.417,00.

A elevação no faturamento ainda foi obtida em outros três setores, todos ligados aos bens de consumo não duráveis, aqueles feitos para serem consumidos imediatamente, ou aos bens essenciais. O setor de farmácias e perfumarias cresceu 6,4% entre os períodos, passando de um lucro de R$ 216.537.457,00 em 2015, para R$ 230.407.868,00 neste ano. Já o rendimento dos supermercados teve uma elevação de 3,2%, enquanto que o item "outras atividades", que abrange inclusive a venda de combustíveis, teve um fortalecimento de 5,4%.

 

Cenário

De acordo com Guilherme Dietze, economista da Fecomercio, os números da região de Prudente demonstram certa estabilidade, mas significam o menor faturamento entre todas as DRTs do Estado. Para piorar, o porta-voz da entidade analisa que os resultados refletem um eventual empobrecimento da população, precedido pela perda do poder de compra. "O faturamento da região mostra que os setores ligados aos bens de consumos não essenciais, que dependem de crédito para que o cidadão realize a compra, perderam vendas. Isso porque, as famílias estão preocupadas com o endividamento e com o desemprego, portanto, estão priorizando as compras essenciais", considera o economista.

Opinião semelhante à do presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), Vitalino Crellis. "A pessoa precisa de uma televisão, mas prefere esperar para comprar em um outro momento. Já os itens básicos não têm como deixar de comprar", comenta. Ainda assim, o presidente vislumbra uma mudança neste cenário. "É uma queda pequena, então, podemos acreditar que começou a melhorar. Pelo que sabemos, nos meses de maio e junho tivemos uma melhora ainda maior, em razão das datas comemorativas", relata.

 

Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista



























































































FATURAMENTO REAL

jan/16



fev/16



mar/16



abr/16



TOTAL (R$)


Autopeças e acessórios

13.376.891



14.707.871



14.448.765



14.494.837



57.028.365


Concessionárias de veículos

54.870.896



56.951.414



58.153.318



54.309.879



224.285.508


Farmácias e perfumarias

57.182.953



53.358.848



60.616.756



59.249.311



230.407.868


Eletrodomésticos, eletrônicos e L.D.

27.258.554



24.019.418



26.400.612



26.743.097



104.421.681


Materiais de construção

34.860.177



35.137.966



38.161.323



34.649.865



142.809.331


Lojas de móveis e decoração

14.496.273



13.916.964



17.605.652



16.800.149



62.819.038


Lojas de vestuário, tecidos e calçados

30.064.937



24.509.855



28.309.688



33.805.537



116.690.018


Supermercados

238.390.438



234.636.972



252.144.472



242.372.130



967.544.012


Outras atividades

181.881.817



184.654.457



204.533.433



189.851.009



760.920.715


Total do Comércio Varejista

652.382.936



641.893.765



700.374.018



672.275.815



2.666.926.535



Fonte: Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo)
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