Feira de artesanato transporta “histórias de vida”

PRUDENTE - OSLAINE SILVA

Data 04/03/2018
Horário 03:51
José Reis, Feira ocorre no primeiro sábado de todo mês, no boulevard, do Centro Cultural Matarazzo
José Reis, Feira ocorre no primeiro sábado de todo mês, no boulevard, do Centro Cultural Matarazzo

Além da criatividade, beleza e perfeição dos acabamentos de peças do artesanato tradicional e contemporâneo, dentro de uma barraca e outra, histórias de vida impressionantes envolvem a Feira do Artesanato da ARTCULIPPR (Associação dos artesãos, artistas e culinaristas de Presidente Prudente e Região) realizada a cada primeiro sábado do mês, no Boulevard Os Sombras e Os Temperamentais, no Centro Cultural Matarazzo.

E ontem pela manhã, a reportagem conheceu uma pequena parte de 39 anos de vida conjugal do casal Álvaro Ziviani e Sebastiana Mostafa Ziviani. Ele conta que começou a participar da feira em outubro do ano passado a convite de Célia dos Santos, agente de cooperação da Sutaco (Subsecretaria do Trabalho Artesanal nas Comunidades). Mas, partiu para comercializar as casinhas de bonecas do Vovô Bem, nome que ganhou da netinha, em 2013, quando a esposa foi diagnosticada com câncer. Companheiro de todas as horas, o esposo que sempre trabalhou com transportes decidiu que não seriam os filhos, mas ele quem a acompanharia nas sessões de quimioterapia, radioterapia e ficaria em casa para cuidar de sua esposa.

Álvaro que sempre gostou de fazer os brinquedos dos filhos, as casinhas de bonecas das filhas, passou a dar mais atenção a este hobby e dele começou a ganhar uma renda extra para complementar a aposentadoria.

“Hoje, além de casinhas de boneca, tenho fabricado outros produtos como porta-chaves, porta-joias, carretinhas, entre outros itens. Estar ao lado da minha esposa quando ela precisou foi muito natural, pois sei que ela faria ainda mais por mim [risos]. Graças a Deus ela está aqui comigo. É ela quem me ajuda!”, menciona Álvaro, timidamente, mas com a voz cheia de amor!

Sebastiana observa o semblante terno do marido e abraçada a ele agradece: “Sou um milagre de Deus. A unidade de nossa família me curou. E ele [Álvaro] é o meu presente de Deus! Talvez sejamos sim almas gêmeas”, sorri Sebastiana.

 

Encontro marcado

Todo mês, dezenas de artesãos têm esse encontro marcado e oferecem em suas barracas ao público uma variedade de produtos como kits de bebês, fraldas, paninhos de boca, babador, mantas, almofadas, bolsas, carteiras, panos de prato, toalhas de banho, cobre bolo, tapeçaria em barbante, caixas em MDF. Além de vender o que produzem, essas pessoas têm a oportunidade de baterem aquele papo gostoso, de passarem horas de lazer trabalhando. Ambas aposentadas, Joana da Cruz, 71 anos, e Júlia Maria Peres, 67, são duas delas.

“O artesanato me dá um dinheirinho a mais desde 2001. É gostoso demais! É um trabalho que dá prazer”, expõe Joana, que domina a arte do macramê, rococó, bordado como o ponto cruz, entre outros.

“Não posso deixar agradecer O Imparcial pelo apoio, a visibilidade que dá ao artesanato de modo geral. Hoje [ontem] recebemos vários clientes que disseram que vieram ver a feira porque leram a matéria publicada no jornal, durante a semana. Outras pessoas ligaram para saber como se cadastrarem para participar. Isso faz com que eles se sintam valorizados”, destaca Célia, agente de cooperação da Sutaco.

A feira conta com a parceria da Prefeitura, por meio da Secult (Secretaria Municipal de Cultura).

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