Feira de ciências fomenta pesquisa e criatividade entre estudantes

Objetivo da Escola de Ensino Integral Professor Oracy Matricardi é envolver alunos do 6º ao 9º ano no meio da inovação

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 26/10/2018
Horário 06:29
José Reis - Ao todo, 297 alunos participaram da feira durante a manhã de ontem
José Reis - Ao todo, 297 alunos participaram da feira durante a manhã de ontem

Todo jovem cresce se questionando: “o que eu quero ser quando crescer?”. As respostas vão desde as mais comuns até as inusitadas, de professores a astronautas. A Escola Estadual de Ensino Integral Professor Oracy Matricardi, em Presidente Prudente, se dedica em fazer com que esses sonhos se tornem reais por meio do incentivo à pesquisa, estudo e criatividade. Em razão disso, desenvolveu na manhã de ontem a 2ª edição da Feira de Ciências. Com 297 alunos do 6º ao 9º ano, reuniu 72 projetos com temáticas que variavam de robótica, ilusão ótica até iniciação à física. A proposta é fazer com que os pequenos mergulhem no universo da ciência e desenvolvam o hábito de pesquisar, questionar e sanar curiosidades.

Dispostos em nove salas de aula recheadas de equipes, as crianças andavam de um espaço a outro maravilhadas com as mais diferentes novidades, De acordo com José Carlos de Oliveira, professor de Ciências da Natureza e um dos idealizadores do evento, embora esteja satisfeito com o trabalho dos oitavos e nonos anos, a surpresa mesmo foi com os sextos. “Percebemos que eles estão com uma melhor desenvoltura, não é só a apresentação de um experimento, é toda uma explicação junto, falam com propriedade porque pesquisaram sobre aquilo”, explana. Entre os que mais chamaram a atenção, destaca os que dão base para outras disciplinas, como circuitos elétricos em física.

Ainda conforme José Carlos, presenciar a execução da feira é ter a sensação de dever cumprido já que, quando pensou no evento, queria uma forma de induzir a autonomia e independência dos alunos. “No futuro será assim, serão eles por eles, precisam desenvolver essas habilidades ainda na escola”, expõe. Os meios para atingir essa meta são pesquisas, troca de ideias e livre acesso à informação. “Neste ano, tivemos mais experimentos [22 a mais], percebemos que eles se empenharam, pesquisaram, tentaram resolver os possíveis problemas, é para isso que estamos aqui, iniciá-los para o mundo”, explana.

A diretora da escola, Marta de Andrade Primo Mendes de Oliveira, concorda com o colega de trabalho. Isso é o que ela chama de “projeto protagonista” que, como explica, é a principal atuação da escola na vida de um aluno. “Além disso faz com que eles percebam que existem outras formas de aprender, não necessariamente da maneira tradicional, podem obter conhecimento por conta própria”, pontua.

Integração produtiva

O professor de Geografia, João Marcos Palermo, esteve responsável por uma das salas que serviram de palco para os experimentos. Ele se diz surpreso com algumas invenções, em principal a dos alunos do sexto ano. “Fizeram uma mão robótica com papelão, seringas e plástico. É sensacional ver que tão novos já possuem essa competência”, ressalta. Entre as demais novidades, destaca um temporizador de semáforo feito com circuito elétrico e análises à base de microscópio e lentes de ampliação. “A escola toda, todos os professores se empenham nisso, não apenas a área de ciência, isso é um grande ganho também, essa troca de conhecimentos”, frisa.

Vinícius Souza da Silva, 15 anos, está no 9º ano e participa desde a primeira edição da feira. Junto aos colegas de classe apresentou um protótipo de energia estática por meio de metais. De acordo com ele, ciência é sua matéria preferida e poder colocar a “mão na massa” é motivador. “Ajuda na compreensão do nosso mundo. sem pesquisa não sabemos de nada”, relata.

As amigas Sara Nascimento Pereira dos Santos e Letícia Antunes Bertoloci, ambas de 13 anos, apresentaram juntas um globo de plasma e um arco-íris líquido. Acompanhando a colega pela primeira vez na feira, Sara denota que gostou da experiência, principalmente por poder compartilhar experiências com os demais. Já Letícia está presente desde o início do evento, porém, a sensação absorvida foi diferente. “No primeiro não tinha tanto domínio do meu experimento, agora conheço mais, entendo melhor”, ressalta.

Olhares externos

Já dizia o ditado, “o bom filho à casa torna” e foi isso que o estudante Gabriel Augusto de Souza Araújo, 17 anos, fez. O ex-aluno da instituição tirou um tempo da manhã de ontem para prestigiar a feira. De acordo com ele – que agora estuda em outra escola – sente falta do sistema diferenciado de ensino. “Eles têm uma forma diferente de se aproximar do aluno, fazem com que as pessoas se sintam motivadas, é lindo ver como as crianças daqui são ativas no meio da educação, o que é difícil nessa idade”, comenta.

Melina de Camargo, membro do Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino da Região de Presidente Prudente, esteve presente no evento para analisar o envolvimento das crianças com as atividades. Conforme ela, a feira colabora significativamente para a construção dos pequenos enquanto seres críticos. “Não é só o experimento, tem o embasamento teórico, a integração escolar, isso forma o indivíduo”, reforça.

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