As quintas-feiras são especiais na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo), entreposto de Presidente Prudente. No galpão que passou a funcionar para o comércio de flores desde 2004, ainda que os boxistas possam utilizar o espaço todos os dias para a comercialização, o atendimento ocorre mais intensamente as quintas, sextas e sábados, sendo que o grande movimento é na quinta pela manhã, na chamada Feirinha de Flores, das 7h às 12h. De acordo com os comerciantes, as vendas superam em 50% com relação aos dias comuns. No local, as principais espécies comercializadas variaram de R$ 2,50 a R$ 300, além, claro, de flores nobres que chegam até R$ 700.
Hoje estão presentes no galpão produtores de flores e afins, como vasos e objetos artesanais utilizados em paisagismo e decoração floral, que, na Ceagesp, fazem a comercialização diretamente ao consumidor final. Atualmente, oito pensionários são dedicados ao setor. Um deles é a proprietária da Flora KMK, Katia Kito, de 42 anos. Segundo ela, a importância da feira é a divulgação constante aos adeptos. “Muita gente vem de fora, então acaba divulgando que toda quinta tem a feira no Ceagesp e, por este motivo, temos um fluxo maior de pessoas”, descreve.
Por mais que a região de Prudente não seja uma grande produtora de flores, a proprietária produz algumas especiais, entre elas o crisântemo, o restante vem de Atibaia (SP). “Além disso, eu uso algumas flores nobres que na nossa região é mais difícil de cultivar. Então, toda semana vamos buscar, mas é mais por encomenda”, afirma. Desta forma, para manter os estoques, no box de Katia existe uma geladeira específica que preserva as flores até uma semana e meia.
Na Flora Miyazaki, o proprietário Adolfo Hiroki Miyazaki, de 58 anos, considera que as vendas são significativas nas quintas, pois as pessoas vêm com mais frequência e, muitas vezes já destinadas ao produto que deseja adquirir. No box, as famosas suculentas caíram no gosto dos clientes e para atender a demanda, ele passou a ofertar mais espécies e estilos. Assim como Katia, Adolfo relata que a busca constante de flores se dá também por conta dos decoradores, um público de alta procura no local.
De longe
Há quem vem de longe para comercializar os produtos no entreposto prudentino, como o caso da família de Raoni Almeida Silvestrini, de 30 anos, que vem de São José do Rio Preto para a Feirinha de Flores. Mas para expor as belas flores eles também passam por adequações, pois saem de lá na quarta-feira à noite e dormem no caminhão de comercialização. “Hoje a importância de estar em Prudente se dá pela fidelização dos clientes. Já faz uns 15 anos, mais ou menos, que comercializamos aqui e os principais clientes que temos hoje saíram do entreposto prudentino”, pontua.
Um desses clientes é a Regina Celia da Silva Oliveira, de 62 anos, que foi até o espaço Viveiro Cheiro de Mato, da família de Raoni, para completar a coleção de azaléas. Segundo ela, o local tem preços mais acessíveis e variedades de flores. “Eu faço pesquisas antes, mas acabo sempre comprando aqui por conta do preço e também por conta da feirinha que movimenta o local” finaliza.
