Férias, movimento, percepções que valham!

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 27/06/2018
Horário 06:00

Somos de um tempo que as pessoas eram consideradas mais inteligentes por saberem matemática, química e física. E as demais matérias eram praticamente secundárias, ou terciárias, em relação as de exatas. Ouvíamos nada quando citado tais sentidos ou significados dessa então divisão no entendimento das inteligências múltiplas. Ou seja, busque se qualificar dentro de possíveis dons ou capacidades desenvolvidas por aquilo que tenhas. Longe disso, éramos incentivados a estudar até para concursos como garantia de uma vida e fazer o nosso melhor, mesmo tendo aquelas matérias que nos bloqueavam de vez em quando. Assim íamos tocando a vida. 

Mesmo tendo muitos personagens de diversas áreas, como referências, o lema era estudar tudo para que nossa insistência se desenvolvesse mais e fizéssemos o melhor que você podia. Assim íamos fazendo o melhor dentro de nossas limitações, sem ao menos perceber ou entender que poderíamos ir muito mais além quando nossas capacidades poderiam ser citadas e muito mais incentivadas. Isto é, uma espécie de diagnóstico de nossas habilidades que poderíamos somar quando fossemos tentar alguma área.

Pelé, no auge de seus melhores momentos, na escola era até comentado, mas simplesmente um fato que a natureza excedeu e veio a conter um ícone de diferente propagação de um mundo muito distante do nosso. Quantos meninos da época queria ser Pelé na vida? Mas por ações imperceptíveis, na escola não eram estimulados. Quantos meninos ou meninas buscavam, dentro de um pequeno grupo teatral, encenar a vida como ela era? Mas por exaltarem seus desejos, eram criptografados por quem poderiam leva-los a pensar que aquilo não dava futuro. Quantos grupos se apoderavam de seus cantos, numa maneira de surgir como elenco musical, e eram considerados como perda de tempo. Quantos estímulos se afloravam durante os recreios, intervalos, e eram considerados bandoleiros que usurpavam das crenças impostas pelos maiores. 

Hoje, sem dúvida, temos uma gama de talentos ocultos e adormecidos da época, e que se inibiram, sentindo-se injustiçados e impunes até hoje, por não ousarem de suas habilidades. Seria impossível, ou simplesmente sem noção, a grande maioria de nossos professores e familiares comentarem das possibilidades de pessoas que tinham ou evocavam algum dom para as possíveis capacidades de desempenho quando alguém tinha ou desenvolvesse para tal. Essa visão em relação ao trabalho direcionado das crianças, de possibilidades de algum dia ser bons profissionais em áreas que possibilitem melhor seus dons, isso na verdade muito pouco comentado e menos incentivado.

Com a chegada das férias é natural, por mais uma vez, que muitos pais acreditem que seus filhos precisam de um belo descanso, devido o acúmulo de informações das escolas nesse primeiro semestre. Tanto que já estão se precavendo onde e como deixa-los em algum lugar que possibilite seus filhos a se ocuparem de alguma atividade que, possa divertir-se, fazer amizades, ter bons relacionamentos e que, no fundo, gastem muita energia. E que possam chegar em casa exaustos, por ter gastado muita energia, e que lhes deem menos trabalho.

Quando entidades, associações, clubes, parques, grupos sociais, oferecerem pacotes de férias a um grupo de crianças ou adolescentes, independente de suas crenças ou classes sociais, precisam ter, criar, incentivar e praticar todas as modalidades que evoquem os esportes, lazer, teatro, musica, danças, poesia e etc. Que possam, de alguma forma, não só estimular, mas visualizar e notificar o quanto aquela criança almeja extrapolar sua vocação. Mesmo que de maneira tímida, surta um efeito promissor a sua futura vida como pessoa de valor, mas que repasse aos seus progenitores, como forma de feedback, sua verdadeira essência por acreditar que ele pode.  Nada fácil, mas não impossível esse diagnóstico, se entenderem que, crescimento e desenvolvimento não fiquem somente limitados, ao próprio umbigo.

Quando nasce um dom e isso pode aflorar pela criatividade, a quem quer que possa, ela precisa ser estimulada. E infelizmente, ainda nos deparamos com muitos que desenham e pintam seu elefante de cor laranja ou rosa e continua sendo uma exceção de seus atos. Seria isso cultural, ou falta de percepção quando o diferencial surge e pode ser uma referência futura?

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