Final e começo

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 21/11/2021
Horário 05:00

“Diante de tanta inconstância e perecibilidade, o que de fato permanece, o que resiste à ação do tempo?”. Estamos no final do ano litúrgico. Hoje com a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo – dia dos Leigos – é encerrado o Ciclo B; no próximo domingo, o novo ano litúrgico (Ciclo C) é iniciado com o tempo do Advento. Os textos do Antigo e do Novo Testamento haverão de fazer germinar em nosso interior sentimentos de esperança. Deus vem. Nossa liturgia convida a se fazer um balanço da vida e as leituras bíblicas desses dias apontam para o definitivo amanhã. O que andamos fazendo de nossas vidas?
Na vida há muitos “finais”. Por exemplo, o final da juventude e a entrada na vida adulta. É preciso fazer bem as transições e administrar os “finais”. O adulto de hoje foi preparado no tempo da juventude com suas opções, escolhas, apoios e desapoios. Não se fica adolescente e jovem o tempo todo. Há uma morte para um novo estado de vida. Morre o tempo da juventude e vem um tempo novo. Um final e um começo. Há o tempo que passa na vida a dois, no casamento, na família. Uma suavidade dança no rosto de um casal envelhecido, mas ainda com brilho nos olhos e ternura no coração. Ao longo do tempo da vida os dois foram olhando os sinais e fazendo com que amor amadurecesse e seu bem querer se tornasse forte como a morte. Final de uma etapa e começo do tempo do amor sereno. Um final e um novo começo.
Há o fim do tempo profissional e a chegada da aposentadoria. Período delicado que pode nos fazer muito mal. Sensação de vazio. Uma espécie/impressão de que tudo o que foi feito não teve valor. Quem ficou atento aos fatos que iam se sucedendo não é pego de surpresa. Deixa um modo de ser e ganha outro jeito mais gratuito, mais livre, mais sereno. Finais... sempre finais! Chega ao fim o tempo que um filho ou uma filha acompanharam um pai ou uma mãe, doente de cama ou internado. Carinho, atenção, renúncias. Vem o tempo de retomar a vida, depois de tanta dedicação e esquecimento de suas coisas. Final e recomeço.
O texto de Marcos (13,24-32) fala de uma grande tribulação no final dos tempos. Pode-se dizer que, perto do momento da morte, quando se aguardar sua chegada e ela não vier inopinada e inesperadamente, pode ser que tenhamos a impressão de que “as forças serão abaladas”. Para quem ensinou as virtudes às pessoas isso não acontece. Quem está às portas é o Filho do homem. Nada a temer. Esperar apenas o amanhã com aquele que já amamos em nossa vida mortal. Ele está próximo, às portas… Voltemo-nos para o Senhor cuja esperança é vida.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!
 

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