Em setembro do ano passado, o Frigorífico Kaiowa anunciou a contratação de 500 funcionários para a reabertura do estabelecimento, leiloado em julho de 2017, por R$ 21.603.966,15, em São Paulo. Após sete meses desde a arrematação, os 2 mil currículos entregues no PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), localizado no Prédio da Estação (SEAAMA), em Presidente Venceslau, seguem empilhados no local, segundo a Assessoria de Imprensa da Prefeitura. Até o momento, o empreendimento encontra-se fechado e sem contratação prevista. No entanto, na semana que antecedeu o carnaval, o processo de entrega do imóvel foi iniciado.
Em matéria veiculada anteriormente pelo O Imparcial, foram divulgadas pela assessoria vagas para desossador, refilador, auxiliar de serviços gerais, operador de caldeira, mecânico, eletricista, operador da sala de máquina, faturista, financeiro, cozinheiro, analista pcp, controle de qualidade, contador, porteiro e segurança. A intenção era dar preferência ao preenchimento, com funcionários da própria cidade, no intuito de melhorar a renda da população e, consequentemente da cidade, já que a mesma estima a geração de R$ 1 milhão em receita mensal.
Referente ao não funcionamento do local, a assessoria de imprensa da Prefeitura explicou que como a venda do frigorífico foi realizada através de um leilão, existem todos os trâmites judiciais, como o pagamento de credores. Desde a venda, somente há duas semanas foi feita a emissão de posse aos novos proprietários. O estabelecimento ainda não está em funcionamento porque aguarda os laudos de funcionamento dos bombeiros, meio-ambiente e o laudo CIF, que comprova a qualidade da carne.
Em contato com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a gerente Shahine Paccola informa que ainda não foi protocolado no órgão o pedido de licenciamento com razão social do frigorífico. O material existe, é considerado arquivado porque faz parte do fechamento do local. Ela explica que pode acontecer da empresa ter mudado a razão social e que geralmente o processo dura cerca de seis meses. Até que isso seja feito, reuniões têm sido realizadas entre as partes.
Questionado sobre as contratações, o prefeito Jorge Duran Gonçalez (PSD) destaca que toda essa burocracia inicial, “porém, necessária”, precisa ser realizada antes, para que assim possa ser dado um pontapé inicial nas reformas e, consequentemente, na parte administrativa. “Já está tudo engrenhado”, finaliza.
Histórico
Com sua desativação em 1997, o Frigorífico Kaiowa passou desde então, por quatro tentativas de leilão, com lances iniciais de R$ 51 milhões. Sem interesse dos compradores, a Justiça deixou o valor de negociação em aberto. Por um valor abaixo, o local foi arrematado por um empresário do ramo de frigoríficos e um investidor que se uniram para realizar a aquisição, de acordo informado pelo prefeito na época.
Os novos proprietários optaram por preservar a sua identidade no ato da compra, no site do leilão a informação de licitante constava no nome de “Denadai”. A associação ganhadora estipulou o prazo de seis meses para retornar as atividades de desossa no local.
Seu antigo terreno está localizado na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), km 619, no distrito industrial de Presidente Venceslau. Ele possui 367.547,94 metros quadrados (m²) de área, sendo 331.005,50 m² divididos em duas matrículas. O imóvel contém 27 edificações destinadas ao uso industrial e administrativo que totalizam 19.435,78 m².