Fuê é um objeto ou utensilio muito usado para misturar ingredientes relacionados à culinária ou gastronomia. O termo vem do francês e sua escrita correta é fouet. Ele nada mais é do que um misturador de arame, plástico ou silicone para tornar os ingredientes de um bolo, omelete, claras em neve, mais coesos, consistentes e homogêneos. Unificar, misturar e uniformizar vários ingredientes, com o objetivo de tornar-se uma coisa só, como um bolo.
Winnicott, psicanalista e pediatra inglês, influente no campo das teorias das relações objetais e do desenvolvimento psicológico, nos ensina que “tudo começa em casa”. O fuê inspira, e penso logo que a mãe, simbolicamente, também é um fuê. Ela tem esse papel e função. Quando o bebê nasce, em sua dependência absoluta, ele e a mãe experienciam uma unidade. Ela e o bebê são uma coisa misturada, uniformizada, liquidificada, sensualizada, molhada, como se houvesse uma membrana envolvendo os dois.
É um ambiente tão sintônico, harmônico e coeso, que o bebê ainda sente a continuidade uterina. Ele também sente que é ele que está criando todo aquele universo em que está inserido. Os filhos não chamam a mãe de Maêêê? Então, fuê. Do fuzuê ao fuê, se a mãe não colocar o peito real onde e no momento exato em que a criança está pronta para criá-lo, virará certamente um fuzuê.
De outra forma, referindo-se na primeira “situação contensora”, a mãe e o bebê, o mamilo (ou a mamadeira) e a língua juntam-se no esforço de produzir, de confirmar uma ilusão de continuidade que é muito importante (Milner e Winnicott). É muito importante pensar que, a maneira como o bebê é tratado desde a hora do parto, pode deixar impressões permanentes em sua mente.
Vamos usar o “fuê” tendo como ingredientes o amor, carinho, respeito, disciplina, atenção, etc. Não só de pão vive o homem. A desnutrição é muito relativa. A carência afetiva e o profundo desamparo poderão levar a estados de inanição.