Funcionários mantêm serviços

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 14/03/2018
Horário 11:58

Os serviços dos Correios seguem mantidos em Presidente Prudente e região. Na segunda-feira, uma assembleia realizada pelo Sindecteb (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos e Similares da Região de Bauru), que abrange a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado, decidiu pelo encerramento da paralisação que ocorre em âmbito nacional e já chega ao seu terceiro dia. Os trabalhadores, no entanto, continuam em estado de greve, conforme explica o diretor regional do sindicato em Prudente, Hideyochi de Oliveira Hina. Isso significa que, caso a empresa não se posicione a favor de seus funcionários, uma nova assembleia poderá ser convocada para deliberar a retomada da paralisação. Na capital do oeste paulista, a adesão ao movimento foi baixa, aponta o representante. No início da semana, seis servidores tinham confirmado sua participação.

Os Correios informam que todas as agências do interior de São Paulo estão abertas e todos os serviços disponíveis. “Ressaltamos que não houve qualquer prejuízo no atendimento dos Correios”, comunica.

Segundo a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), a mobilização é contra o custeio do plano de saúde dos empregados; as alterações no PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários); a terceirização na área de tratamento; a privatização da estatal; suspensão das férias dos trabalhadores, como em 2017; extinção do diferencial de mercado; redução do salário da área administrativa; eliminação do cargo de OTT (operador de triagem e transbordo), que é descrito como “importante para o movimento do fluxo postal interno”; diminuição da carga horária e dos salários dos trabalhadores administrativos, “como reflexo da reforma trabalhista”; e o fechamento de mais de 2,5 mil agências próprias em todo o Brasil. Além disso, entre as demandas, estão a contratação de novos funcionários por meio de concurso público, a segurança nos Correios e o fim dos planos de demissão.

 

Possíveis atrasos

Embora as atividades em Prudente não estejam comprometidas, a continuidade da greve nos grandes centros pode trazer reflexos para o interior. De acordo com Hideyochi, considerando que muitas encomendas e correspondências passam por essas cidades antes de serem despachadas em Prudente, há o risco de haver atrasos na entrega das cartas. “Apesar de nossos carteiros continuarem trabalhando, os serviços dependem dos setores de triagem de outras localidades, que estão parados”, expõe. Sendo assim, qualquer demora no envio ou recebimento de correspondência pode não ter origem local ou regional.

O que se vê, contudo, é que munícipes de Prudente já sofrem com esse atraso antes mesmo da deflagração da greve. No Jardim Iguaçu, por exemplo, a dona de casa Rosimeire Silva Pereira, 51 anos, relata que, desde o ano passado, tem recebido seus boletos após a data de vencimento. Ontem, era o último dia para a moradora pagar a fatura do seu cartão de crédito, mas como a dívida ainda não havia sido entregue, precisou recorrer à emissão online da segunda via. “Quando a conta chegar, meu débito já vai estar pago”, comenta.

A auxiliar de padaria Maria Regina de Souza Cardoso, 54 anos, também passa pelo mesmo problema. Ela diz que, em alguns casos, retira os boletos pela internet, porém, na maioria das vezes, acaba pagando com juros. “Normalmente, os carteiros entregam cinco ou dez dias depois do vencimento”, considera. Nenhuma das duas chegou a procurar a empresa para informar sobre o atraso.

Em nota já fornecida para este periódico, os Correios comunicam que são realizadas ações no centralizador como a utilização de trabalhadores temporários, apoio de empregados de outras unidades, mutirões e serviço extraordinário. A empresa diz que permanece à disposição da população pelo Fale com os Correios, no site correios.com.br ou pelo telefone 0800-725-0100.

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