FUTEBOL PRUDENTINO TAMBÉM É CENTENÁRIO

OPINIÃO - Charanga Domingueira

Data 25/06/2017
Horário 13:54

O futebol dos velhos tempos nasceu com a fundação da cidade. Fazia parte da paisagem um campinho de futebol em qualquer povoação que se iniciasse. A presença de uma igrejinha católica, a praça fronteiriça e um ou vários locais onde a capotão iria rolar era algo indefectível. Como fogo em mato seco o futebol se alastraria muito rapidamente. Está profundamente inserido na vida da cidade que vai completar l00 anos em setembro. Meio esquecido nos dias atuais, o futebol prudentino já viveu dias exuberantes. Prudente tem um dos melhores estádios do interior paulista, mas vê-lo tomado pelo público em todos os seus assentos é algo muito raro. Falar sobre a história do futebol na cidade se resume ao tradicional vivido na maioria das urbes interioranas. Primeiro o amadorismo, jogos entre equipes da região, algumas até conseguiram resistir por algum tempo. No que me recordo a cidade teve duas equipes que se destacavam, o Comercial e o Prudentino. O primeiro tinha o seu “estádio” na Av. Manoel Goulart enquanto o Prudentino se exibia em instalações mais modestas na região da atual rodoviária e onde se instalou depois o Corinthians. O nome no diminutivo foi iniciativa dos cronistas da Capital para diferenciá-lo do seu coirmão maior. Marcou mesmo como local de disputas futebolísticas o campo de terra do Ginásio São Paulo, construído pela colônia japonesa para partidas de beisebol. Na metade do século passado é que Corinthians e Prudentina, quase que simultaneamente construíram suas praças esportivas, a da Prudentina transformada em clube social e viva até hoje, a do Corinthians, infelizmente apenas nas nossas lembranças. Quando a entidade regente do futebol paulista, a Federação Paulista de futebol numa iniciativa pioneira criou as leis de acesso e descenso nos seus campeonatos o futebol prudentino atingiu o seu auge. Valores de alto nível surgiram e tenho ainda na lembrança a pujança que os chamados derbys entre Apea e Corinthians alcançavam lotando as duas praças esportivas sempre que essas equipes se confrontavam. Quando o Brasil se preparava para sediar a IV Copa do Mundo da Fifa a entidade paulista importou árbitros ingleses e num dos derbys da cidade um deles, mr. Barrick, foi o escalado para apitá-lo. Eram realmente duas equipes de excelente qualidade técnica e Aquiles, atacante do alvinegro local fez um gol de falta numa cobrança magistral. O árbitro inglês dirigiu-se ao atleta e o cumprimentou num gesto que só testemunhei nessa única vez numa partida de futebol.

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