GarimpaRisos leva espetáculo hoje, ao Teatro Paulo Roberto Lisboa

“Depósito”, que em sua estreia foi on-line, durante a pandemia, faz parte do Projeto Palco – Repertório I, da proponente Ribelato Produções Artísticas  

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 02/02/2024
Horário 08:30
Foto: Divulgação
Hannael Mendes interpreta e dirige o espetáculo “Depósito”
Hannael Mendes interpreta e dirige o espetáculo “Depósito”

Contemplado pelo edital nº 008/2023 – Cultura e Arte por toda Parte proposto pela Secult (Secretaria Municipal de Cultura) de Presidente Prudente, será apresentado com entrada gratuita, nesta sexta-feira, às 20h30, no Teatro Paulo Roberto Lisboa, do Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente, o espetáculo “Depósito”, da Cia de Teatro GarimpaRisos

Segundo o diretor da peça, Hannaell Mendes, no atual momento em que a arte se faz necessária após o longo período de restrições que todos atravessaram na pandemia da Covid-19, percebe-se a necessidade de trazer esse espetáculo de forma presencial, dentro do Projeto Palco – Repertório I, da Ribelato Produções Artísticas, em sua primeira edição, oportunizando para o público sedento de cultura, reflexões de insights desse ser social e artístico que habita em cada indivíduo. Para todos os públicos, de estudantes a professores, pesquisadores, artistas, entre outros, e classificação etária livre.

Ele destaca que o espetáculo parte da premissa de um indivíduo preso em suas fantasias e seus desejos mais profundos vivenciando o distanciamento social, convivendo apenas com objetos em seu entorno e o “silêncio” que ecoa em seus ouvidos, com todas suas amarguras e reflexões, resultando em uma experiência latente, transformando ações viscerais, em imagens reais e palpáveis.

O silêncio é necessário

A persona desse espetáculo, assim como a dramaturgia, vem de encontro com as percepções encontradas em meio ao caos que se instalou nos ambientes do cotidiano e as relações humanas, em decorrência do isolamento social na pandemia da Covid-19, porém esses fatores nada mais são do que fragmentos de um artista imerso em seu ego.

Conforme ele, “Depósito” questiona as relações em sociedade, com o intuito de debater as necessidades de comunicação extrema dos tempos atuais, a fim de mostrar que o silêncio é necessário para o autodesenvolvimento. O grupo acredita que a relevância e pertinência do projeto estão em questionar as decisões humanas nos dias atuais e também suas consequências. “A narrativa por sua vez nos mostra o tempo todo como podemos nos prender em nossos pensamentos, utopias e até mesmo na voz que é calada. Sendo assim, aborda também as aflições que são frutos da mente adoecida, deixando de lado tudo aquilo que dá vida, transformando o imaginário em realidade absoluta”, expõe Hannaell, que é ator, palhaço, produtor, dramaturgo, roteirista, poeta, sonoplasta, cenógrafo, figurinista e professor de teatro.

Cena a cena

O espetáculo “Depósito” é composto por três cenas, ou atos, distintos um do outro, pela ordem: primeira cena, “Há uma Cachoeira Dentro de Mim”, reflete os primeiros meses de isolamento, onde o medo se faz moradia, a solidão, as incertezas - as pessoas mais imbuídas, as ruas desertas e então o silêncio dilata a audição do autor e a persona começa a nascer, um pouco a cada dia, em meio a todos os ruídos agora audíveis, sem motores e máquinas indo e vindo para abafá-los, onde sons antes não perceptíveis agora são gritos aos ouvidos. 

A segunda cena, “Minha Mãe é um Farol”, destaca um hábito da persona e sua necessidade de se comunicar, inerente a todo ser humano, e os subterfúgios quais se servem para alcançar seus objetivos, as figuras que se apegam para ouvir e sentir-se ouvido, trazendo a figura materna, apostando que sua carência fosse sanada.

O terceiro ato, “Lembranças da Criança que Ainda há Dentro de Mim”, traz um mergulho na intimidade da persona, as relações de vida, e seus registros todos colocados à vista. Elementos como a família invadem seus pensamentos e ações como “quebra da quarta parede”, presente em todas as cenas, apresenta-se com mais intensidade, fazendo com que a narrativa seja de fato uma confissão desse sujeito ator. 

Em seu primeiro formato, o espetáculo se concretizou na forma on-line, período em que participou de diversos concursos, sendo contemplado no segundo semestre de 2020 com o Prêmio RespirArte da Funarte. No primeiro semestre de 2021, foi selecionado e participou da 15ª Mostra de Artes Cênicas de Presidente Prudente e Região. E em 2023, foi objeto de contrapartida no Projeto Revérbero através do ProAC Editais no edital ProAc Pontal 2030.

FICHA TÉCNICA:
Interpretação, cenografia, figurino, adereços: Hannaell Mendes
Direção: Hannaell Mendes e Mariana Ribelato
Iluminação: Hannaell Mendes
Operador de Luz: Mariana Ribelato e Leticia Vieira
Produção: Mariana Ribelato

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