Gastos com cartão devem se limitar a 20% da renda

Segundo a economista Edilene Takenaka, o maior vilão da inadimplência é a falta de controle sobre o orçamento familiar

PRUDENTE - PÂMELA BUGATTI

Data 20/12/2018
Horário 05:44

Os principais responsáveis pela inadimplência no Brasil são o crediário 65,4% e o cartão de crédito 62,8%, segundo estudo divulgado recentemente pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Isto ocorre, pois ambos são considerados como uma facilidade pelos consumidores, que acabam sempre os colocando em uso. No entanto, o cartão de crédito no Brasil possui a rotatividade de juros mais alta do mundo.

Outros tipos de dívidas que levam o consumidor à inadimplência são: empréstimo pessoal em banco/financeira, com 61,4%; empréstimo consignado, com 60,5%; escola ou faculdade, com 25,9%; financiamento de automóvel, com 44,7%; cheque especial, com 57,1%; conta de telefone, com 20,1%; e TV por assinatura/internet, com 17,8%.

Segundo a economista Edilene Takenaka, o maior vilão da inadimplência é a falta de controle, devido a tantas facilidades que o consumidor encontra, como cartão de crédito, cheque especial e empréstimos. A especialista alerta que nesta época do ano, em decorrência das festas e viagens, as pessoas compram por impulso e acabam não fazendo bons negócios. Para ela, o essencial para não ficar negativado é fazer um controle do orçamento, para que se gaste de forma adequada, levando em conta as prioridades e aquilo que se pode esperar mais um pouco para comprar à vista.

A economista fala que as pessoas devem ter uma atenção maior para os gastos fixos, como mensalidade da escola, aluguel, entre outros, para que não haja desencontro e não ser pego de surpresa com parcelamentos de compras por impulso.  “Muita gente sai comprando no cartão de crédito, achando que vai conseguir quitar depois, mas as recomendações devem ser seguidas à risca para não cair nos juros rotativos”, alerta. Edilene fala que as pessoas devem optar em pagar as contas, no dinheiro, no cartão de débito ou até mesmo pedir um desconto. “É preciso sempre ter em mente que não se deve gastar mais do que se ganha”, pontua. Por ser um dos compostos que ajudam os cidadãos a se atolar em dívidas, o cartão de crédito deve ser usado de forma equilibrada, assim, o consumo não deve exceder 20% da renda, e, principalmente, segundo a especialista, a fatura deve ser quitada em dia para não cair no crédito rotativo, devido aos juros altos do Brasil. “Vira uma bola de neve”.

Apps

Existem aplicativos como Guiabolso, QuickBooks, Organizze, Gastos diários e Minhas contas, que ajudam a ter um controle doméstico, com o objetivo de equilibrar os gastos e quitar as contas. A dona de casa Lurdes Bento, 55 anos, que nunca teve cartão de crédito e cheque, fala que prefere optar por pagar suas contas em dinheiro para não correr o risco de ficar endividada. “Sempre paguei minhas contas em dia, nunca fiquei endividada”. Para ela, continuar sem essas facilidades é uma meta que pretende seguir. “Não tenho cartão de crédito e não penso em ter”.

A cuidadora de idosos, Luciana Pacheco da Cruz, 40 anos, que se endividou com uma modalidade diferente das plataformas mencionadas acima, conta que ao ingressar na faculdade, pelo plano Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), não conseguiu quitá-lo, causando juros e dívidas acumulativas. “Hoje virou uma bola de neve. Eu não tenho nem ideia de como fazer para quitar essa dívida”, lamenta.

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