O estilista Gaydêncio e o cabeleireiro Gaybriel moravam em Gayânia, capital do progressista Estado de Gayás, no centro-oeste do Brasil. O casal era bem-sucedido em suas respectivas profissões, para chateação e inveja dos homofóbicos de plantão.
Gayúcho de Pelotas, Gaydêncio foi morar ainda menino em Gayânia e lá conheceu Gaybriel, paulista de Gayrulhos, que fez teste para ser gayleiro do Gayrani e foi reprovado. Os dois se conheceram em um cinema que exibia o filme A Gayola das Loucas.
Foi amor à primeira vista e, com paixão avassaladora, juntaram os trapinhos como sempre acontece com os grandes amantes, não importa se héteros ou homos. Gostou, casou e ninguém tem nada com isso.
O casal, cujo animal de estimação era um gayvião, adorava viajar e grana não era problema, pois Gaydêncio vestia as madames e Gaybriel as penteava a peso de ouro. Encurtando este papo: eles nadavam em dinheiro e não se afogavam. Preferiam tours pelo Brasil, embora já tivessem visitado Gay-Bretanha, Gaylícia e Gaytemala.
Durante um feriadão, o casal afivelou as malas e viajou para o Gayrujá, no litoral de São Paulo, onde se explora o turista e não o turismo. Amigos recomendaram um restaurante especializado em peixes e frutos do mar.
Gaydêncio e Gaybriel foram almoçar no restaurante e o garçom acomodou o casal em uma mesa de frente para o mar. Logo começou um bate-papo descontraído entre o trio e, curioso, Gaydêncio quis saber o nome do gayrçom, quer dizer, garçom. "Gayribaldi, ao seu dispor", respondeu o rapaz.
Como prato principal, o garçom sugeriu gayroupa ao molho de camarão, o que foi prontamente aceito. Depois de anotar o pedido, ele quis saber o que os dois queriam beber. "Um gayraná", pediu Gaydêncio, ao que Gaybriel emendou: "Para mim, uma gayrapa".
Talvez por ser nacionalista, coisa que o Arnesto não é, o casal não quis beber a "água negra do imperialismo", como dizem os anarquistas italianos, referindo-se a certo refrigerante.
Depois do almoço, a sobremesa. "Gayabada com queijo", falou Gaydêncio. "Um gaypefruiti e uma gayviola", pediu Gaybriel. Logo depois subiram a serra, cantarolando Gaytanamera e Gaylopeira, e foram para Campinas, onde pegaram a Transviadônica com destino a Pelotas. A "rodovia" foi "construída" pelo Chico Anysio, que não era homofóbico e eu também não sou.
DROPS
Sede de vingança? Beba água benta.
Se está tudo sombrio vamos combater na sombra.
Com o preço mais alto do que jogador de basquete, o álcool é a salvação dos usineiros e a perdição dos donos de carros a álcool.
Serenidade no Brasil de hoje só no sereno da noite.