Junto com a catarata, o glaucoma é uma das principais causas de cegueira no mundo. Devido aos danos irreversíveis que a doença causa na visão, é muito importante que as pessoas façam consultas periódicas com o oftalmologista para controle da doença e, consequentemente, ter melhor qualidade de vida. Para esclarecer um pouco mais sobre esta enfermidade dos olhos, a reportagem conversou com o oftalmologista Gabriel Senra, que atende no Banco de Olhos da Santa Casa de Presidente Prudente.
Muitos ouvem falar sobre glaucoma, mas desconhecem o que é. Gabriel explica que é uma neuropatia óptica com repercussão característica no campo visual, cujo principal fator de risco é o aumento da pressão intraocular (PIO) e cujo desfecho principal é a cegueira irreversível. As causas de glaucoma são variadas. Segundo ele, o principal fator é o aumento da pressão intraocular. Com esse aumento, há uma lesão do nervo óptico, que vai comprometendo o campo visual.
“Um dos principais sintomas da doença é a perda da visão periférica no seu início. No começo, a perda é sutil, e pode não ser percebida pelo paciente. Perdas moderadas a severas podem ser notadas pelo paciente através de exames atentos da sua visão periférica [do canto do olho]. Frequentemente, a pessoa não nota a perda de visão até vivenciar a ‘visão tubular’, ou seja, apenas a visão central é percebida, o paciente começa a tropeçar, esbarrar em objetos, porque a percepção periférica é ausente”, explica o médico.
De acordo com Gabriel, o diagnóstico de glaucoma só pode ser realizado após um exame oftalmológico cuidadoso, no qual estão incluídos anamnese do paciente (entrevista para buscar detalhes e o histórico de sua saúde) e avaliação da pressão intraocular, bem como a avaliação das condições estruturais e funcionais do nervo óptico e da camada de fibras nervosas da retina.
“O objetivo primário do tratamento de glaucoma é a redução da pressão intraocular. Nos últimos anos, diversos estudos evidenciaram a eficácia dessa conduta na redução das taxas de progressão da doença. Não existe cura, mas o controle. É importante que as pessoas realizem atendimentos uma vez ao ano, em casos específicos, o retorno pode ser realizado mais precocemente”, salienta o oftalmologista.
Gabriel acentua que a identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial, o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado, dão à atenção básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.
- PIO aumentada
- idade acima de 40 anos
- escavação do nervo óptico aumentada
- etnia (negra para o de ângulo aberto e amarela para o de fechamento angular)
- histórico familiar,
- fatores genéticos
- ametropia (miopia para o de ângulo aberto e hipermetropia para o de fechamento angular)
- pressão de perfusão ocular diminuída
- diabetes melito tipo 2
Foto: Cedida
Gabriel Senra atende no Banco de Olhos de Prudente