Guilherme Piai fala sobre expectativas à frente do Itesp 

Durante visita à região de Prudente, governador Tarcísio de Freitas anunciou o prudentino como novo diretor do Instituto de Terras do Estado de São Paulo

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 31/01/2023
Horário 20:14
Foto: Governo do Estado
Tarcísio também aproveitou, em seu discurso, para fazer o anúncio da nomeação de Piai à direção do Itesp
Tarcísio também aproveitou, em seu discurso, para fazer o anúncio da nomeação de Piai à direção do Itesp

O empresário e ruralista prudentino Guilherme Piai, que concorreu no último pleito eleitoral a deputado federal pelo Republicanos, teve sua nomeação como diretor-executivo da Fundação Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) designada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira. O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, também aproveitou, em seu discurso, para fazer o anúncio da nomeação no palco do Teatro Paulo Roberto Lisboa, do Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente. 
Tarcísio teceu elogios ao ruralista e justificou a escolha de Piai para o cargo no Itesp. “Por falar em interior, hoje nós publicamos a nomeação do Piai para o Itesp. E aí vocês devem estar matando a charada: por que eu vou botar uma pessoa de Prudente, do oeste, para comandar o Itesp? É porque a regularização fundiária é uma prioridade e nós vamos fazer”, argumentou o governador de São Paulo, ao se valer de argumentos de que a regularização fundiária irá trazer “segurança jurídica, investimentos e prosperidade”. 
Momentos após o término da cerimônia, Guilherme Piai concedeu entrevista à reportagem de O Imparcial. Confira no pingue-pongue abaixo:

OI: Piai, vamos começar com uma questão mais candente e histórica do oeste paulista, do Pontal do Paranapanema, que é a questão da reforma agrária, dos movimentos sociais de luta pela terra. Como vai ser a relação? Vai ter diálogo? Conciliação? 

GP: A gente vai abrir diálogo, conversa. A gente tem uma postura na campanha e depois outra como funcionário público. É totalmente diferente a situação e a realidade. Já converso com a Coordenação Nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Tive conversando também com representantes da FNL (Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade). É claro que eu vou fazer o que a lei me permite. Com a Lei da Regularização Fundiária de Terras Devolutas, todos os fazendeiros e produtores rurais que tiverem com o processo em ordem, com a documentação integral, receberão os títulos de suas terras. Se não for possível a regularização de alguma propriedade, aí se abre uma conversa para a reforma agrária. 
Mas nós vamos tratar todo mundo com muito respeito e educação, principalmente os assentados, que na verdade são produtores rurais, onde nós temos mais de 70% dos projetos aqui na nossa região, são quase 5 mil famílias, e nós vamos trabalhar muito para titular eles [sic] também, dar crédito, dar suporte para que eles consigam produzir muito e ter lucro na sua propriedade. 

OI: Piai, você é um cara que construiu sua carreira pública na área de eventos, empreendimentos, e como que é estar agora de frente para as questões agrárias?

GP: É, eu sou um administrador, mas já faz alguns que eu não mais trabalho com eventos. [Atualmente] eu construo casas de alto padrão, administro as fazendas do meu pai. Nasci numa fazenda. Meus tios são engenheiros agrônomos, meu pai é veterinário, presidente de cooperativa. Então, eu tenho total noção do que estas pessoas precisam para produzir. Eu vivi isso. E nós vamos trabalhar com muita seriedade, com muita integridade para que estas pessoas se tornem produtores rurais, que tenham título da propriedade, sempre com dignidade e consigam produzir alimentos para sustentar não só as suas famílias, mas também entregar isso nas cidades, para que esta produção seja comprada. Nós vamos articular isso com prefeitos, com consórcios e com a Unipontal (União dos Municípios do Pontal do Paranapanema). 

OI: E para os grandes proprietários da região, qual é a palavra? 

GP: A palavra é, que se estiverem de acordo com o processo, com toda documentação em dia, respeitando as normas ambientais, eles receberão os títulos de suas propriedades. É uma ordem do governador de dar continuidade ao projeto 17.557 [número da lei que dispõe sobre a criação do Programa Estadual de Regularização de Terras] que foi aprovado na Assembleia do Estado e assinado o decreto pelo governador. 

OI: O tratamento será em pé de igualdade com os assentados? 

GP: Com certeza, na verdade, os assentados precisam de mais suporte, precisam mais do Estado e é aí que a gente vai trabalhar com mais afinco. 

OI: Quando você assume o cargo no Itesp? 

GP: É por biênio. É uma autarquia. A nomeação saiu nesta terça, mas nós vamos assumir o mandato no dia 13 de fevereiro, que é quando acaba o mandato do atual diretor-executivo [Diogo Telles]. 

OI: Para finalizar, gostaria que você desse uma palavra sua sobre como vai ser a administração. Será um Piai concialiador ou extremista? 

GP: Não, sempre concialidor. Um tripé: titularização, suporte produtivo e valorização dos funcionários do Itesp. 

CONFIRA TAMBÉM:

Entre entrega de pontes, Tarcísio sinaliza volta do ramal ferroviário à região e fala em rever tabelas do Iamspe

Publicidade

Veja também