Há 40 anos, Prudentina conquistava o bicampeonato paulista de basquete 

Com Hortência “on fire”, Apea venceu na decisão melhor de três a Unimep, de Piracicaba, que tinha “Magic” Paula 

Esportes - CAIO GERVAZONI

Data 11/02/2024
Horário 06:07
Foto: Sério Moraes/Revista Placar
Lideradas pelo técnico Vendramini, as heroínas que levaram a Prudentina ao bicampeonato foram: Hortência, Vânia, Tute, Beverly, Solange, Elizabete, Eronides, Maria, Magali, Rose M, Vanira e Vanda 
Lideradas pelo técnico Vendramini, as heroínas que levaram a Prudentina ao bicampeonato foram: Hortência, Vânia, Tute, Beverly, Solange, Elizabete, Eronides, Maria, Magali, Rose M, Vanira e Vanda 

Caía o crepúsculo do domingo, dia 5 de fevereiro de 1984, quando mais de 4 mil pessoas se amontoavam no Ginásio do Clube Hebraica, em São Paulo, para acompanhar o duelo entre Apea (Associação Prudentina de Esportes Atléticos) e Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) no jogo final do Campeonato Paulista da Divisão Especial de 1983. De um lado, duas das maiores atletas do esporte: Rainha Hortência liderava o time de Prudente, que na temporada anterior havia ficado com a taça estadual; do outro lado, Magic Paula orquestrava a equipe de Piracicaba

Naquela decisão melhor de três, a Prudentina havia ganhado o primeiro duelo por 85 a 73. A Unimep suou para vencer o segundo por apenas um ponto de diferença com uma sexta de Paula faltando sete segundos para o término do duelo: 87 a 88. No jogo final, os repórteres Silvana Hafez e Roberto Prioeste representaram O Imparcial naquela decisão. Segundo Prioste, outros 20 ônibus com torcedores prudentinos se deslocaram rumo à capital paulista para acompanhar aquela decisão. 

Conforme registros da época, faltavam 22 segundos para o final do jogo e a Prudentina vencia por três pontos de diferença. No ataque, com a posse, a Unimep teve a chance de empatar o duelo, porém Hortência se intrometeu entre duas adversárias, roubou a bola laranja e sofreu a falta, para delírio da torcida prudentina no ginásio. Antes mesmo do jogo acabar, o grito de “bicampeã, bicampeã!” já era entoado pelos torcedores de Presidente Prudente que estavam no local. Após o cronômetro zerar, a Prudentina saiu de quadra para entrar na história com um dos maiores feitos do esporte prudentino: o bicampeonato paulista de basquete. 

Destaque para Hortencia que “on fire” naquela decisão de melhor de três, anotou nada menos que 149 dos 269 pontos marcados pela Prudentina: 55,39%.

As personagens da decisão

Lideradas pelo técnico Antônio Carlos Vendramini, as heroínas que levaram a Prudentina ao bicampeonato foram: Hortência de Fátima Marcari, Vânia Hernandes de Souza, Maria C. Borges Madeiral (Tute), Beverly Jian Guesoe, Solange Maria de Castro, Elizabete Salomão, Eronides A. da Cruz, Maria F. Santana, Magali Angonese, Rose M. Moreira de Brito, Vanira Hernandes de Souza, e Vanda Rinalda Dal Col. 

Do outro lado, sob comando do treinador José Roberto Lux, o Zé Boquinha, as atletas que representaram a Unimep foram: Maria Paula Gonçalves da Silva (Magic Paula), Maria Angélica Gonçalves da Silva (Branca), Anna Maria Krabbenborg, Regiane Cristina Grando, Nádia Bento de Lima, Neusa Maria Ribeiro, Elisabete M. Lopes, Maria do Carmo Madergan Ferreira (Macau), Vânia Somaio Teixeira, Carmen Zambrana da Silva Martins, Pollyana S. Gaspar e Marcia Cardoso Guimarães. 

Presenciou o acontecer do feito

Figura histórica do basquete local, o professor Sérgio Roberto Cesário, que na época arbitrava partidas do basquete profissional, conta que esteve no Ginásio do Clube Hebraica em São Paulo. Ele vai além e relata que um comboio de 30 ônibus se descolaram na caravana Prudente/São Paulo. “Cada ônibus com um, digamos, líder no comando. Rumamos à capital num sábado à noite. A decisão aconteceu no domingo à tarde”, conta Cesário. 

Com as imagens intocadas em sua memória, Cesário ilustra o cenário daquele jogo final. “Torcidas equânimes e divididas. Uma tarde alegre, festiva e memorável, que marcou às lides esportivas da capital paulista., no contexto, do basquetebol feminino, liderada pelas duas melhores equipes do continente sul-americano, oxalá, do mundo. Torcidas vibrantes, coloridas, cada qual à sua maneira, mas, o objetivo maior era que às equipes da paixão fossem as vencedoras”, relembra o professor. 

Ele também conta os detalhes daquela superfinal: “Fora um espetáculo espetacular. Uma partida matemática, um jogo de xadrez, com precisões e recursos técnicos de ambos os lados. Jogadas milimétricas, com às artistas em quadra dando-nos um show de técnica, raça, e repito-lhe de precisão. A cada chuá em quadra, uma vibração efervescentes, mas, ao final da refrega o Fidalgo Clube da Avenida Coronel Marcondes, a Prudentina, foi a campeã!”, finaliza Cesário. 

 
Acervo/O Imparcial

Edição de O Imparcial do dia 7 de fevereiro de 1984: Hortência com a taça; ao fundo, o atual diretor de O Imparcial, Sinomar Calmona, estava como repórter de rádio 

Acervo/O Imparcial


Bicampeonato paulista da Apea foi tema de caderno especial em O Imparcial em 1984

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