Hábito de revelar fotos ainda se mantém vivo em Prudente?

Mesmo com ascensão dos smartphones, comerciantes de estabelecimentos de fotografia e fotógrafas falam sobre as mudanças na tradição da revelação de imagens

VARIEDADES - CAIO GERVAZONI

Data 02/11/2021
Horário 08:05
Foto: Weverson Nascimento
Revelação de fotos foi algo rotineiro em décadas passadas, mas tem adquirido características distintas na era digital  
Revelação de fotos foi algo rotineiro em décadas passadas, mas tem adquirido características distintas na era digital  

Ah, o hábito de se revelar fotos. Difícil é encontrar uma família que não tenha um álbum de fotografias guardado em casa. Porém, na era digital, mesmo com ascensão dos smartphones e a facilidade de armazenar as imagens em dispositivos eletrônicos e nuvens digitais na internet, será que esta tradição se mantém em Presidente Prudente? A reportagem do O Imparcial conversou com fotógrafos e comerciantes de estabelecimentos de fotografias sobre este hábito e como ele tem sido alterado com o avanço da tecnologia. 
Para o proprietário do Foto Color, Yudi Owada, em tempos passados, havia uma maior dificuldade tanto para revelar as fotos quanto para fazer o registro das imagens. “Hoje em dia com o celular tudo mundo consegue tirar foto e por conta disso fica mais fácil revelá-las. Na minha opinião, este público cresceu. Como antigamente se revelava em filme, entre 12 e 36 poses, a pessoa ficava obrigada a revelar este tanto de foto de uma vez só”, expressa. De acordo com Yudi, hoje em dia, as pessoas revelam as fotografias em menor quantidade e de maneira mais seleta. “Como hoje é digital, o cliente revela quantas fotos ele quiser. Penso que o público aumentou, mas a quantidade de fotos reveladas diminuiu. Então, elas por elas assim se equilibrou”, esboça o comerciante. 
Já para a balconista do H3 Brasil, Maria Eduarda Lopez, a revelação não é a procura principal da clientela que vai até o estabelecimento. “Olha, a demanda é mais ou menos e geralmente o público que busca revelar [as fotos] são pessoas acima de 30 anos”. Quem busca pela revelação das fotos tem três opções para fazê-las. “Nós temos três meios que o cliente pode enviar as imagens para nós revelarmos: por email, nosso site ou pelo WhatsApp”, pontua Maria Eduarda. 

E para quem fotografa?

“Fotografia é uma memória implantada. O revelar é muito legal e as pessoas ainda o fazem”, descreve a fotógrafa, Jo Padovan, ao lembrar de imagens fotográficas da infância e dos momentos em que se reunia com a família para ver as fotos. Jo produz álbuns de fotografias reveladas para a clientela que a procura. Ela prefere revelar as fotos desta maneira por gostar de pegar o material em mãos. “É um presente que a pessoa se dá. Ah, e no computador pode se perder, né? Então, para mim e meus clientes, também, preferimos as fotos reveladas, no caso, em álbum”. 
A fotógrafa afirma que, por trabalhar com este tipo de finalização fotográfica, a procura por fotos reveladas se mantém, porém, acredita que de maneira geral, este hábito caiu em desuso, mas não se findou por completo. “Hoje com o celular em mãos é muito fácil fazer uma foto, mas eu, por exemplo, toda semana tenho esta procura de alguém para revelar as fotografias. Recomendo ao público que me procura ter um álbum em mãos por ser uma experiência mais legal, e tudo mundo sabe que é mesmo, porque no computador fica uma coisa muito comum”, aponta, sob risos, a fotógrafa. 
A fotógrafa Marlene Reverte é breve ao falar da procura de seus clientes por fotos revelas. “Ah, [a procura] é [alta], sim. Tenho uma cliente que revela quase todas as fotos que faço para ela”. A cliente a que Marlene se refere é a vendedora Patricia Nascimento dos Santos Santana. Patricia explica que opta por revelar as fotos para vê-las futuramente em família. “Eu revelo as fotos para guardar de recordação. Penso que fica como herança de família. Nem todos têm acesso hoje em dia às redes sociais e alguns não gostam, então revelar é melhor”. 

 


 

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