Infalibilidade papal

O Romano Pontífice, como sucessor de Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade quer dos bispos quer da multidão dos fiéis. (Lumen Gentium, 23)

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 25/10/2020
Horário 05:00

O papa é o sucessor do apóstolo São Pedro, bispo de Roma e tem a presidência do colégio dos bispos. Como representante de Cristo, é o pastor supremo e o garantidor da unidade da Igreja, possuindo a mais alta autoridade pastoral, quer doutrinal quer disciplinar. A comunidade de Roma foi considerada, desde o princípio, como a Igreja “suprema, a mais antiga e conhecida”, “fundada e organizada pelos dois mais gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo. [...] teve de estar em consonância com esta Igreja... os crentes de todo o mundo, porque nela fora sempre guardada a tradição dos apóstolos” (Irineu de Lião). O fato de ambos os apóstolos terem sofrido o martírio em Roma deu a essa comunidade um peso suplementar. Os bispos não podem agir nem ensinar contra o papa; só o devem fazer com ele. Mas o papa pode, em determinados casos, tomar decisões mesmo sem a concordância dos bispos.

O dogma da infalibilidade papal foi instituído pelo Concílio Vaticano I, no dia 18 de julho de 1870. Ressalte-se que o papa só fala infalivelmente quando proclama um dogma solenemente (ex cathedra), ou seja, quando toma uma decisão vinculativa sobre questões de fé e de moral. A infalibilidade dos papas nada tem a ver com a sua integridade moral ou a sua inteligência. A igreja é que é propriamente infalível. Quando uma verdade de fé evidente é repentinamente negada ou mal interpretada, a igreja tem de ter uma última voz que explique vinculativamente o que é verdadeiro e o que é falso; trata-se da voz do papa. Como sucessor de São Pedro e como o primeiro dos bispos, tem sozinho um tal poder de formular a indiscutível verdade segundo a tradição da fé da igreja, que essa verdade é exposta aos crentes para todos os tempos como “digna de fé”; neste caso, dizemos que o papa anuncia um dogma – que não pode conter novidade a nível de conteúdo.

Vez ou outra os meios de comunicação dão voz ao papa que, editada, quase sempre gera ruídos, confusão e polarizações. Na querela atual, sobre a ‘união civil’ de gays [veja a “Coluna Diocese informa” de hoje], “o papa não está mudando a doutrina da Igreja Católica, ele está pedindo proteções legais e civis para os seres humanos”. Francisco é o papa e não há outro; eleito e ungido validamente está à frente da barca de Pedro, a Igreja de Cristo. Confirma os fiéis na fé e aponta-lhes a direção. Amar o papa e rezar por ele é tarefa primordial de cada cristão católico.

Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

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