IPÊ planta mais de 450 mil árvores com apoio de empresas na temporada de chuvas 2022/2023

No período, região do Pontal do Paranapanema recebeu 322 mil mudas; IPÊ já plantou mais de 6 milhões de mudas de árvores na região

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 30/04/2023
Horário 11:00
Foto: Divulgação
Projeto Corredores de Vida, do IPÊ, vem transformando a paisagem na região do Pontal do Paranapanema
Projeto Corredores de Vida, do IPÊ, vem transformando a paisagem na região do Pontal do Paranapanema

Trinta empresas apoiaram o IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) na restauração da Mata Atlântica, no período que apresenta as maiores concentrações de chuva, de outubro/22 a março/23. Esse é o maior número desde 2020, o que revela uma tendência de maior engajamento da iniciativa privada na esfera socioambiental. Afinal, plantios formam mais do que florestas, eles também protegem nascentes e cursos d’água e assim contribuem com o aumento da segurança hídrica, fomentam emprego e renda, uma vez que nos projetos do IPÊ as áreas são acompanhadas por no mínimo dois anos, para garantir o crescimento florestal.

Os plantios com mudas nativas da Mata Atlântica promovidos pelo instituto são realizados em duas áreas estratégicas do estado de São Paulo. Uma delas é a região do Sistema Cantareira que é chave para o abastecimento de água de mais de 7 milhões de pessoas que vivem na capital paulista e na região metropolitana, assim como moradores da região produtora de água. A segunda é a região do Pontal do Paranapanema, no extremo Oeste do estado de São Paulo, em que parte significativa do apoio à restauração está relacionada à conservação do mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), uma espécie endêmica do estado de São Paulo, que tem como principais desafios a perda de habitat e a fragmentação das áreas remanescentes.

Andrea Peçanha, coordenadora da Unidade de Negócios Sustentáveis do IPÊ, reforça que percebe uma guinada no posicionamento de empresas quanto à restauração florestal. “Com o aumento da temperatura média do planeta – já perceptível para a maioria das pessoas – está evidente que é preciso agir. A restauração florestal – a princípio mobiliza por conta da captação de carbono da atmosfera – o que tem o potencial de contribuir com a redução dos efeitos das mudanças climáticas, mas é muito mais, estamos falando também de segurança hídrica – com impacto no médio prazo, já que as mudas de árvores mesmo na fase de desenvolvimento já contribuem com o aumento da absorção da água da chuva pelo solo, e também com a biodiversidade, porque plantamos priorizando a conexão entre os fragmentos e assim a circulação desde sementes até de animais de grande porte”.

 

NO PONTAL DO PARANAPANEMA

O projeto Corredores de Vida, do IPÊ, vem transformando a paisagem na região do Pontal do Paranapanema. É desse projeto a formação do maior corredor já restaurado na Mata Atlântica com 12 km e 2,4 milhões de árvores nativas. Até 2022, o IPÊ plantou 6 milhões de árvores na região, são 3.000 hectares, o equivalente a 3.000 campos de futebol. Apenas no último período de chuvas (outubro de 2022 a março de 2023), foi concluído o plantio de 322 mil mudas em 161 hectares, o equivalente a 161 campos desse futebol. Em 22 anos, ao menos 45 empresas apoiaram/financiaram as ações do projeto que busca restabelecer a conectividade entre duas Unidades de Conservação (UCs): o Parque Estadual Morro do Diabo e a Estação Ecológica Mico-leão-preto, além de conectar essas UCS a fragmentos que estão dentro de propriedades privadas, seja de fazendeiros ou de assentados rurais. Mas há um longo caminho a ser percorrido, o déficit de áreas que precisam ser restauradas é de 250.000 hectares.

O tripé Clima, Comunidade e Biodiversidade orienta as ações do projeto que fortalecem a conservação de recursos hídricos, da fauna e da flora, e gera empregos, além de reduzir os efeitos das mudanças climáticas pela captação de carbono da atmosfera.

“De todos os apoios/financiamentos que recebemos até esse momento, em 22 anos, as empresas respondem por 50%. Nos últimos anos, notamos que apoiar projetos que oferecem soluções integradas beneficiando comunidades, restabelecendo floresta e contribuindo com a redução dos efeitos das mudanças climáticas têm o potencial de ganhar ainda mais escala”, comenta Laury Cullen, pesquisador do IPÊ e coordenador do projeto Corredores de Vida. 

 

Foto: Divulgação

 

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