IPA mantém terminal de Prudente e estrada de Dracena interditados

Ambos pontos foram considerados áreas de risco após serem analisados na manhã e tarde desta quinta pelos técnicos do antigo Instituto Geológico do Estado de São Paulo

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 26/01/2023
Horário 20:43
Foto: Edney Xavier/IPA
Técnicos em verificação à formação rochosa que fica ao lado do terminal do Brasil Novo
Técnicos em verificação à formação rochosa que fica ao lado do terminal do Brasil Novo

Após vistoria, na tarde desta quinta, de técnicos do IPA (Instituto de Pesquisas Ambientais) - antigo Instituto Geológico do Estado de São Paulo, - o terminal da zona norte, no Brasil Novo, em Presidente Prudente, a princípio deve continuar interditado por ser uma área de risco, segundo o geógrafo da instituição, Pedro Leal, 38 anos. Junto com ele na vistoria esteve o géologo Mário Santos. Antes, pela manhã, o corpo técnico, que atua juntamente com a Defesa Civil estadual, esteve em Dracena, onde a estrada vicinal Marcelo Lorenzetti, que liga o município ao distrito de Jaciporã, e também estava interditada, permanecerá na mesma condição.
Pedro menciona que vieram atendendo à solicitação técnica da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, de Presidente Prudente, na pessoa do coordenador Renato Gouvea, para a verificação na formação rochosa existente no local e quais as medidas técnicas poderiam ser tomadas para garantir a segurança no entorno.  
O geógrafo do IPA destaca que a entidade municipal está de parabéns pela atuação. “Foi até uma grata surpresa chegar e ver que eles fizeram todos os procedimentos corretos, os trabalhos iniciais que foi justamente interditar, sinalizar, monitorar a área e chamar apoio técnico”, destaca.
De acordo com o geógrafo, o terminal urbano está numa área que teve desplacamento da rocha. Então, realmente em alguns pontos trabalharão em conjunto, mas, segundo ele, o engenheiro da coordenadoria fez um relatório bastante detalhado, como, por exemplo: é um arenito, uma rocha sedimentar, que junto com isso tem uma família de fraturas, favoráveis a cair. “Se observar no local, vê que são fraturas no arenito que, junto com chuva, carro passando [uma abertura também me parece que feita no passado com explosivos], tudo isso foi juntando pra que aquela parte que caiu ficasse instável”, explica ele, evidenciando o porquê então ser ideal manter essa parte interditada até se fazer algum procedimento, como desmonte de bloco, por exemplo. “Só daremos um corpo mais técnico ao relatório, pelo que a Defesa Civil já está fazendo, falar das questões de formação geológica e geotécnica que é importante”.

Dinâmica das áreas de risco

O geógrafo comenta que até pensaram como usar o terminal ainda, mas a princípio mantê-lo interditado e fazer o monitoramento, estudos de desmonte desse bloco, os que estão soltos principalmente, é o correto. E mesmo depois de reabri-lo, manter uma área de espera pra usar somente a parte mais distante do barranco. E, ao mesmo tempo, pensar na parte de cima, o que eles chamam de disciplinamento de água, que é pegá-la e jogar ao lado, porque isso acaba diminuindo o risco. 
“A água é um dos fatores que influenciam muito no escorregamento, assim como o arenito, que é uma rocha escorregadia, as fraturas. Fora isso é conviver com o risco. Porque hoje a dinâmica das áreas de risco ou você pode eliminar, mitigar [o que é a ideia], ou diminuir”, frisa. 
Pedro explica que quando se tira o bloco, a água vai diminuindo o risco. E ao diminuir o risco pode se pensar em ocupar. Quando não usa o terminal inteiro, só uma parte dele está diminuindo, não coloca tanto as pessoas em risco. Mas, isso tudo a Defesa Civil já sabe. “Nós vamos propor estudos. A ideia é eles terem essa área de espera, fazer o desmonte de alguns blocos, trabalhar a questão da água, monitorar e sinalizar que ali é uma área de risco para que as pessoas não entrem, não subam no barranco, que é o que a Defesa Civil já está fazendo”, reforça.  

Olhos da Defesa Civil

Pedro diz que é válido ressaltar que a Defesa Civil “somos todos nós”. Que as pessoas, se possível, sejam sempre um olho do órgão. Caso vejam alguma coisa, um problema, pessoas em situação de perigo, em e áreas de risco, como em casos de inundações, de escorregamentos, liguem para o 193, porque a Defesa Civil não está em todos os lugares e isso ajuda muito.  
“Quando a gente chega e tem alguém que vai nos cursos que a gente ministra durante o ano e vê que está sendo executado, mostra que está funcionando o que estamos trabalhando. A Defesa Civil do município está de parabéns. O relatório do engenheiro estava muito bem feito, ajudou bastante a gente. Então, trabalhamos mais na questão de prevenção. Ao invés de deixar chegar à emergência, você previne”, acentua, enfatizando que, às vezes, é um transtorno para a população, por não poder usar o terminal, ter que fazer desvio, mas isso é “salvar vidas, preservar vidas”, que é o intuito da Defesa Civil. 

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