Itens carnavalescos encalham no comércio por baixa procura

Em Prudente, lojistas relatam que “a perda na força da tradição” carnavalesca prejudicou as vendas de artigos, roupas e adereços, mas esperam aumento na procura ao longo da semana

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 04/02/2018
Horário 15:58
Marcio Oliveira, Para João, as matinês e festas de clubes asseguravam as comemorações antigamente
Marcio Oliveira, Para João, as matinês e festas de clubes asseguravam as comemorações antigamente

Marchinhas, serpentinas, fantasias, samba no pé e fôlego para pular. O Carnaval chegou e esse é o kit padrão para quem gosta de curtir o feriado. Pelo menos é assim que funcionava antigamente. Cenário que não bate com a realidade da atualidade, de modo que afeta até nos lucros de quem aproveitava a época do ano para comercializar adereços que compunham as comemorações das festas. Em Presidente Prudente, lojistas relatam que “a perda na força da tradição” carnavalesca prejudicou as vendas de artigos, roupas e adereços.

Prevendo essa situação, no Giga Atacado, por exemplo, o estabelecimento nem adquiriu muitas mercadorias. O gerente Adriano Ferreira dos Santos afirma que na loja tem pouca coisa voltada para o Carnaval, em vista de que os investimentos estão enfatizados mais nas voltas às aulas, com a comercialização de material escolar. “Realmente não pegamos muitas coisas para este ano, porque hoje em dia a procura é muito baixa”, conta.

Mas apesar de baixa, ainda existe. Adriano comenta que a aposta é que nesta semana a movimentação seja um pouco mais alta, por estar às vésperas do Carnaval. “Há aproximadamente quatros anos pra cá. Esse é o tempo que percebemos em que as coisas começaram perder a tradição, de modo que só os dias que antecedem o feriado promovem uma melhora na procura”, completa. Dito isso, ele afirma que tintas de cabelos e glitter são os itens mais buscados, mesmo que timidamente.

Produtos que também são procurados no Multi Itens Atacado, mesmo com o cenário mais fraco, no que tange à procura. O próprio proprietário do local, Aldir Amaro Daleffi, argumenta que em vista dos últimos anos a movimentação está baixa. A poucos dias da data comemorativa, ele relaciona que pode ser que as coisas melhorem. Em concordância com Adriano, ele também acrescenta buzinas e espumas artificias como itens da lista de compras.

“Mas a movimentação fraca afeta sim nos lucros, querendo ou não. Mas não podemos colocar essa situação impulsionada apenas pela tradição afetada. A crise e o cenário da economia nacional atingiu todos os setores, então não é algo pontual”, expõe Aldir. Na região ainda sobrevive um pouco, ainda de acordo com ele, por conta dos balneários que ainda realizam festividades.

O que também movimenta são as festas escolares, para o público infantil. No Empório do R$ 1,99, o gerente João Batista Galindo de Oliveira pontua que no começo do ano letivo, as instituições de ensino colocam artigos para o carnaval como itens para compra. “Isso tem ajudado a salvar, não só a tradição do Carnaval, mas o lucro com as vendas”, destaca.

Lucro que, nessa época do ano, em outros tempos, era garantido. Segundo João, antigamente a procura era realmente grande e fazia com que a comercialização fosse compatível com isso. “Tínhamos os clubes da cidade que realizavam festas, matinês, investiam no feriado. Hoje em dia isso não acontece mais e, normalmente, acabou afetando”, garante. Assim como os demais comerciantes, João também aposta nesta semana para uma melhora.

 

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