Jornal da Tosse

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 31/01/2023
Horário 05:40

O telenoticiário “Record em Notícias” foi exibido pela Rede Record durante 23 anos sempre ao meio-dia, de 1973 a 1996. O telejornal teve como apresentadores principais Hélio Ansaldo e Murilo Antunes Alves e recebia vários convidados para os debates sobre os acontecimentos políticos do dia. Ficou conhecido como Jornal da Tosse devido à idade mais avançada de seus participantes e porque o comentarista Aurélio Campos tinha frequentes ataques de tosse. O jornal tinha um tom mais conservador e reacionário, e servia como palanque político de muitos de seus participantes que foram eleitos deputados estaduais e federais, como os próprios citados apresentadores, e outros como Arnaldo Faria de Sá, João Mellão, José Serra e Padre Godinho (o jornal chegou a eleger 24 candidatos participantes). O programa começou de forma improvisada com o presidente da Record, Paulinho Machado de Carvalho, doando o espaço para Hélio Ansaldo para saldar seus salários atrasados (29 meses), e se firmou como opção chegando a incomodar a Globo. 
    
“As antigas sessões de cinema”

Ir ao cinema antigamente tinha um sabor especial: era o máximo da diversão ver em tela grande os astros e estrelas do cinema nacional e mundial numa época em que a televisão não era para todos e ainda em preto e branco. O Cine Presidente em Presidente Prudente na Avenida Coronel Marcondes (assim como outros como o Ouro Branco na Rua Siqueira Campos, e o Fênix ou Cinerama na Dr. José Foz; e mais antigamente ainda, o Cine João Gomes na Maffei antes de ser calçadão ou o Cine Coral na esquina da Ribeiro de Barros com a Santos Dumont, no Jardim Aviação) era uma espécie de portal mágico para a fantasia e diversão. A plateia geralmente lotada aguardava o abrir das cortinas vermelhas (ao som de uma versão instrumental de “A Summer Place”), seguida de um cine jornal, o Canal 100 que mostrava notícias e imagens de futebol ao som de “Na Cadência do Samba” (que bonito é, as bandeiras tremulando, a torcida delirando, vendo a rede balançar). A grande sala de espera do Cine Presidente tinha sofás de couro confortáveis, o balcão de venda de pipocas e doces (com inesquecíveis balas de café) e escadas que levavam ao andar de cima: uma espécie de mezanino, um camarote de poltronas reclináveis e confortáveis chamado de Pullmann. Uma ostentação subir aquelas escadas. Todo mundo deve lembrar o primeiro filme que assistiu no cinema (o meu foi uma reprise de “Sansão e Dalila” no Cine Coral, que tenho vaga lembrança. A minha primeira sessão no Cine Presidente foi “O Jeca contra o Capeta” em 1975 com o inesquecível Mazzaroppi). As matinês ou vesperais de sábado ou domingo reservavam os títulos para a criançada e não podiam faltar filmes dos Trapalhões, de Tarzan, faroestes de Giuliano Gemma, comédias com Bud Spencer e Terence Hill (o Trinity), ou reprises de filmes inesquecíveis como “Marcelino Pão e Vinho”, “O Planeta dos Macacos”, “O Rei dos Reis” e “Os Dez Mandamentos”. Após a sessão, bem em frente ao cinema, do outro lado da rua, uma sorveteria que vendia aqueles sorvetes de máquina, coloridos, numa versão pré-histórica dos sorvetes italianos de hoje, mas de sabor inigualável. E nas paredes externas do cinema, além dos cartazes originais dos filmes, havia trabalhos em pintura por artistas locais. Tempos inesquecíveis. 

Dica da Semana

Filmes 

“Amores Clandestinos”:
(A Summer Place). EUA. 1959. Direção: Delmer Daves: Com Richard Egan, Dorothy McGuire, Sandra Dee e Troy Donahue. Uma família americana resolve passar as férias em um resort, onde a filha adolescente encontra o primeiro amor, e o pai revê sua antiga paixão de juventude. O filme que popularizou a canção “Summer Place” de Andy Williams. 
 

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