Juiz avalia comprometimento com a 1ª infância

José Wagner Parrão Molina fala da atuação do poder público e destaca importância do trabalho conjunto com a sociedade

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 26/11/2016
Horário 09:19


Em Presidente Prudente existe um comprometimento do poder público em atender a demanda nos mais diversos aspectos, como a saúde e a educação, por exemplo, no que diz respeito ao público da primeira infância, que vai de 0 até os 6 anos de idade. A afirmação é do juiz da Infância e Juventude, José Wagner Parrão Molina, que participou ontem do "Seminário Primeira Infância no Estado de São Paulo – O Papel do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente". O evento, realizado pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), no Salão Nobre da Toledo Prudente Centro Universitário, reuniu cerca de 300 pessoas, entre servidores do tribunal, promotores, defensores públicos, advogados, delegados, assistentes sociais, psicólogos, profissionais da rede de atendimento a crianças e adolescentes e demais interessados.

Jornal O Imparcial Seminário reuniu 300 pessoas na Toledo Prudente, ontem

"Evidentemente, falar que está perfeito, às mil maravilhas, seria leviano da minha parte. Mas, eu digo que, em especial em Prudente, onde acompanho este serviço há 12 anos, existe um comprometimento do poder público", declara. Frisa que o evento, que promoveu diversas palestras com especialistas, capacitações e debates sobre temas relacionados à primeira infância, foi importante para sensibilizar a rede de atendimento local. "A população, de uma maneira geral, tem que abrir os olhos, pois o nosso futuro depende das crianças. A primeira infância, em especial, como está sendo comprovado de maneira científica aqui, é o ponto mais nevrálgico do ser humano. Vejo o evento com muito bons olhos. Não só Prudente, mas toda a região participou de maneira construtiva e satisfatória em prol da sociedade", pontua o magistrado, que lembra que o artigo 227 da Constituição Federal fala que a sociedade, a família, tem que participar, e não somente o poder público. "É uma conjugação de esforços em prol da criança", ainda discorre.

O vice-coordenador da Infância e da Juventude do TJ-SP, desembargador Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, explica que o objetivo do seminário é de proporcionar conhecimento e debate às pessoas que fazem parte da rede de atendimento, para que novas reuniões em torno do cenário a ser trabalhado sejam realizadas pelos grupos de cada cidade. "A ideia é trazer um pouco de conhecimento científico do que no mundo se discute, do que no mundo já se descobriu com relação à importância da primeira infância, a necessidade premente que nós temos de cuidar desta fase", relata. "Isso para ajudar na tentativa de mudar essa realidade, infelizmente ruim no país inteiro, que é de crianças e adolescentes não tão bem cuidados, que se transformam em adultos que não vão cuidar bem. A gente acaba aí em um ciclo vicioso. Então a ideia é cuidar de quebrar o ciclo", complementa.

Para o desembargador, é fundamental que a rede de atendimento se mobilize e se sensibilize sobre a necessidade de um novo olhar, uma visão mais cuidadosa sobre a primeira infância. "Quando a gente fala em primeira infância, falamos de família e não só de criança. Não existe criança sozinha no mundo, pois a criança sempre depende de um adulto. Então, toda vez que a gente fala em cuidar da primeira infância, está dizendo que precisamos cuidar para que as famílias cuidem das crianças. Essa é a visão que queremos trazer", comenta. "Vamos cuidar desde a barriga da mãe, do pré-natal, para que essa mãe saiba o que tem que fazer com a criança quando ela nasce. Também o papel do pai, pois ele é muito responsável e precisamos mudar esta mentalidade de que o homem não precisa fazer nada. Os dois têm que assumir esta função, cuidar dos filhos para que estes sejam melhores", finaliza.

 
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