Laboratório vai analisar pesticidas em alimentos

Novo espaço de trabalho será implantado no Campus Morumbi da FCT/Unesp, em Prudente, em cerca de 90 dias; programa foi selecionado pela comissão formada entre MPF, MPE e Cesp

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 22/12/2016
Horário 08:43


Em um projeto inédito no país, será iniciada em 90 dias a instalação de um laboratório com certificação para análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos, água e solos, no Campus Morumbi da FCT/Unesp (Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), em Presidente Prudente. O programa foi selecionado pela comissão do acordo firmado entre os Ministérios Públicos Estadual e Federal e a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), em 2009, e receberá investimento de R$ 7.281.206,50. O responsável pelo projeto, professor doutor Aldo Eloizo Job, explica que o trabalho apresenta uma proposta de controle na utilização de pesticidas no município e na região, com o objetivo de diagnosticar, determinar concentrações e estabelecer um controle rígido de pesticidas nas culturas de alimentos comercializados no oeste paulista, fornecendo dados auxiliares para certificação de produtos que não possuem agrotóxicos.

Jornal O Imparcial Aldo Eloizo Job, responsável pelo projeto: "Proposta é controlar uso de pesticidas"

O procurador da República, em Prudente, Luis Roberto Gomes, pontua que o projeto foi selecionado pela comissão formada pelo MPF, MPE, Cesp, Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), CBRN (Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais) e CEF (Caixa Econômica Federal). "O valor já está disponível na Caixa para a Unesp realizar as obras e adquirir os equipamentos necessários, de última geração, para possibilitar análises de agrotóxicos em verduras, legumes, grãos, carnes, enlatados diversos e comidas industrializadas, além de solo e água", promove Luis Roberto.

Aldo ressalta que o objetivo do projeto é a montagem e estruturação de um laboratório para a realização de análises de diferentes pesticidas em alimentos produzidos e comercializados na cidade e na região, atendendo demandas de ações encaminhadas pelo MPE e MPF, assim como as ações investigativas de interesse público. Destaca que, para alcançar o objetivo principal, o projeto contará com alguns objetivos específicos: credenciamento e acreditação do laboratório para estas análises, seguindo as portarias da legislação nacional; elaboração de laudos técnicos contendo os resultados das análises realizadas e sua comparação com normas técnicas que limitam produtos químicos industriais em alimentos; desenvolver projetos educativos de cultivo de alimentos sem pesticidas, produzindo assim produtos orgânicos, seguindo as orientações recomendadas, tomando uma atitude compatível com a segurança alimentar; e desenvolver um cronograma de monitoramento das ações desempenhadas pelo MPF e MPE, que demandam avaliações de competência do laboratório, garantindo um processo ágil no desenvolver das análises.

 

União de forças


O projeto conta com as parcerias do MPF e do MPE, este por meio das promotorias de Justiça do Consumidor, do Patrimônio Público, Saúde Pública, Cidadania e Idoso; e do Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente). "Trata-se de um projeto pioneiro que permitirá parcerias da Unesp com o MPE, o MPF, e outras entidades públicas e privadas, inclusive prefeituras da região", considera Luis Roberto. "O MPF e o MPE farão parceria com a Unesp, que terá, entre outras, a contrapartida de atender às demandas destes órgãos. Isso abre a oportunidade de inúmeros trabalhos nas áreas de proteção ambiental, saúde pública, consumidor", complementa.

Para o promotor de Justiça, André Luis Felício, a instalação do laboratório é importante, principalmente para a área que responde, que é a Promotoria de Justiça do Consumidor. "Precisamos controlar a qualidade dos alimentos e estamos sofrendo com o excesso de uso dos pesticidas e, até então, não temos como produzir provas", expõe. "Este projeto é inédito. Já até me procuraram do Rio Grande do Sul para saber detalhes de como será. Este programa poderá servir de padrão para o resto do país, já que a cidade tem espaço suficiente para abrigar o laboratório e seus trabalhos e ainda atender todo o interior do Estado", acrescenta.

 

 

 
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