Muitos cristãos ambientalistas ficaram preocupados com a morte de Francisco, o papa ecológico tão amigo da natureza, assim como foi o pobrezinho de Assis, que a chamava “irmã”. Autor de vários textos sobre o ambiente e o dever cristão de preservar o patrimônio natural, há dez anos produziu a fabulosa Encíclica “Laudato Si”, uma ode tutelar do Jardim Terrestre reservado ao desenvolvimento da aventura humana.
Como se portará, em relação ao aquecimento global, o Papa Leão XIV?
Tudo indica a continuidade da atuação pontifícia em favor do sofrido acervo de recursos naturais. O Papa exerceu o seu magistério no Peru, cuja nacionalidade adotou, mesmo nascendo norte-americano.
Conviveu com a pobreza que é a vítima preferencial dos fenômenos extremos. Esteve com os flagelados inúmeras vezes. Por isso, em sua primeira homilia, colocou-se a favor da humanidade: “Se a pedra angular é Cristo, Pedro deve apascentar o rebanho sem nunca ceder à tentação de ser um líder solitário ou um chefe colocado acima dos outros, tornando-se dominador das pessoas que lhe foram confiadas”.
Lamentando a partida do antecessor, criticou o sistema econômico que “exporá os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres”. Admitiu estar sentindo a presença espiritual de Francisco. Há mesmo quem afirme que a carreira meteórica de Robert Prevost sinaliza que o Papa Francisco o preparara rumo à Santa Sé.
Se ele pretende “ir ao encontro das interrogações, das inquietações e dos desafios de hoje”, sem dúvida será outro Papa Verde ou Papa Ecológico, pois o maior desafio já enfrentado pela humanidade advém do uso excessivo de combustíveis fósseis, do desmatamento, da devastação, da poluição desenfreada. Tudo o que gera a ocorrência, cada vez mais frequente e mais intensa, dos fenômenos extremos que matam e prejudicam prioritariamente os mais carentes.
Os ambientalistas já detectaram que a sua eleição foi acertada. Ele já se manifestou publicamente pela preservação do meio ambiente e defendeu iniciativas de sustentabilidade implementadas por seu antecessor. Por sinal que, em novembro, então como Prefeito do Dicastério para os Bispos, ao abordar a crise ambiental, afirmou que era “hora de passar das palavras à ação”. Aguardamos, reverentemente, Papa Leão XIV.