Desde que foi sancionada, no dia 29 de dezembro de 2006, a Lei de Incentivo ao Esporte, nº 11.438, veio como mais uma importante forma de auxiliar no desenvolvimento das modalidades brasileiras, uma vez que viabiliza a destinação de parte do Imposto de Renda, por meio das empresas e pessoas, para ajudar em projetos esportivos. Porém, devido à falta de adesão, a legislação teve uma reviravolta no começo do mês. Aprovada na Câmara do Deputados, a lei aumenta o valor possibilitado de doação de 1% para 3%, às pessoas jurídicas, e de 6% para 9%, às pessoas físicas. De acordo com representantes das áreas esportivas de Presidente Prudente, a resolução tem tudo para ajudar, mas poderia ser mais fácil.

"Categorias de base sofrem com falta de incentivo", diz Negativo
Para o próximo secretário de Esportes de Prudente, Claudinei Quirino dos Santos, ex-velocista, a lei é válida e contribuirá para a formação de novos atletas. "Os recursos advindos desta destinação são encaminhados para projetos esportivos que também tenham o cunho educacional. Então, é importante, pois pode contribuir para solucionar um problema que é muito frequente, que é a falta de patrocínio", afirma.
Ainda de acordo com Claudinei, apesar de benéfica, a Lei de Incentivo ao Esporte é burocrática. "É importante frisar que o trâmite não é tão fácil como pensam. O projeto deve ser apresentado ao Ministério do Esporte, por parte das entidades, e depois aprovado. Isso demora. Para não perder muito tempo com as idas e voltas, é bom ressaltar que os órgãos e instituições que queiram apresentar os projetos estejam com eles de forma redonda, apresentando tudo o que é pedido, como justificativa, planos de ações e o valor requerido", completa.
Para Eber de Almeida Boscoli, proprietário da Escola de Ciclismo Nelson Ricardo Cardoso Pelozi, a resolução só tem a contribuir. "Hoje a nossa escola vive sem patrocínio, apenas de doações. Ter um incentivo como esse é totalmente importante, pois é um recurso que você pode sempre contar. Uma associação que queira realmente trabalhar e desenvolver o seu quadro de atletas vai ter muito benefício, porque é repassado de forma mais direta", diz.
Compartilhando da mesma opinião, o técnico do time de basquete masculino de Prudente, Tênis Clube/Criarte/Semepp, José Alves da Silva Junior, Negativo, admite que as entidades precisam cada vez mais de ajuda, uma vez que os talentos do esporte, de modo geral, vêm das categorias de base, local que ainda sofre muito com o incentivo.
"O benefício da lei é trazer uma estrutura melhor para as modalidades, uma vez que ajuda no serviço oferecido ao atleta e aos profissionais que trabalham com ele. O esporte sempre foi uma válvula propulsora, que auxilia na formação ética de crianças e jovens. Então, por que não investir nisso? Se a lei realmente funcionar e agilizar os trâmites, só tem a impulsionar o crescimento", finaliza Negativo.