Leigos e leigas cristãos, profetas e testemunhas do Reino

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 22/11/2020
Horário 06:00

Na solenidade de Cristo Rei do Universo celebramos o dia nacional do leigo e da leiga cristãos, aqueles fiéis que conformam a maioria do Povo de Deus. Chamados pelo batismo e a crisma a exercerem o sacerdócio comum, a missão de profetas e servos do Reino de Deus, fazendo acontecer a justiça e amor em todas as estruturas e âmbitos da humanidade. A pandemia nos fez descobrir, ainda mais, que a Igreja não é um prédio de culto, mas uma família, um povo reunido na comunhão do Deus Uno e Trino que liberta e salva.

Que o rosto de Cristo seja descoberto e encontrado na caridade e partilha solidária nos hospitais, centros de saúde, asilos, centros comunitários, onde circulava junto à palavra de conforto, a presença amiga e samaritana protetora e cuidadora da vida em todas as suas dimensões. O Corpo de Cristo era visibilizado por homens e mulheres de todas as classes, raças, etnias e culturas que acolhiam a todos/as, que traziam em seus olhares e mãos a esperança de um mundo novo onde caibam todos, sem discriminações e odiosas desigualdades.

Onde estão os pobres, ali se constrói o Reino, a humanidade nova, restaurada na liberdade e fraternidade que Cristo veio estabelecer de forma definitiva. Os cristãos, leigos e leigas, são pedras vivas inseridas na comunidade eclesial, protagonistas da evangelização que renova atitudes, relacionamentos e mentalidades, gerando a civilização do amor, da ternura e da equidade. Afirmamos, uma vez mais, a frase de São Leão Magno da famosa homilia de Natal: “cristão reconhece a tua dignidade”. Que Cristo, o bom pastor, reine em nossos corações para superarmos os muros do ódio, da divisão e da intolerância, sendo capazes de semear e frutificar espaços e projetos de amizade e diálogo social, consensos de valores que nos levem à cultura da paz e do encontro, na política do bem viver e do bom conviver. Como na famosa Declaração de Abu Dhabi, com o Papa Francisco afirmamos: “Em nome de Deus, declaramos adotar a cultura do diálogo como caminho, a colaboração comum como conduta, o conhecimento mútuo como método e critério”. Deus seja louvado! [Dom Roberto Francisco Ferreria Paz]

 

Responsabilidade, Transparência e Honestidade. Diante dos efeitos devastadores da pandemia, o papa Francisco pediu propostas criativas para aliviar o peso da crise, especialmente sobre os mais vulneráveis; no Reino de Deus, a organização social se baseia em contribuir, compartilhar e distribuir, e não em possuir, excluir e acumular. “A pandemia nos mostrou o melhor e o pior dos nossos povos e o melhor e o pior de cada pessoa”. Agora, mais do que nunca, é necessário retomar a consciência da nossa pertença comum. O vírus nos lembra que o melhor modo de cuidar de nós é cuidar de quem está ao nosso lado.

 

Liturgia

Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo – Solenidade

Leituras: Ezequiel 34,11-12.15-17; Salmo 22/23; 1 Coríntios 15,20-26.28; Mateus 25,31-46

I.- Antífona de entrada: O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele glória e poder através dos séculos. (Ap 5,12;1,6)

II.- ENFERMO E FAMINTO SÃO O SENHOR. Concluímos o Ano Litúrgico – o ano da Igreja – com a solenidade de Cristo, nosso Pastor e Rei. Vindo a nós como Bom Pastor, Ele e nos confiou a responsabilidade de cuidarmos uns dos outros. Quando vier para nos julgar, perguntará: ‘vocês se preocuparam uns com os outros e serviram especialmente os mais frágeis e pobres?’ Não é apenas uma questão de servir os outros, também de servir a Deus, pois quem está necessitado é Cristo ‘disfarçado’ entre nós. Naquela hora, seremos julgados conforme a fraternidade. Por isso, Cristo Rei é a festa de quem crê que a última palavra da vida e da história será ditada pelo amor. Trata-se também de um ato de fé. Na eucaristia dominical, peçamos, ao Senhor a fé profunda e o amor generoso. Rezemos neste dia também por todos os cristãos leigos e cristãs leigas cujo dia é comemorado em Cristo Rei.

III.- Leituras: 1) Deus é Pastor e Rei. Já que os reis de Israel enganaram o povo, o próprio Deus o conduzirá como um pastor cuida do seu rebanho. 2) Cristo deve reinar. Cristo foi o primeiro a ressuscitar dentre os mortos. Seu poder de ressurreição opera neste mundo por meio dos que pertencem a Ele. Ao final, Cristo apresentará o seu Reino ao Pai. 3) Cristo julgará conforme o amor aos irmãos. Jesus não só está perto dos pobres, excluídos e sofredores, mas neles se encontra “disfarçado” e desafiando nossa acolhida e nosso serviço.

IV.- Oração: Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente.

V.- Para o caminho: É vocação de todo cristão viver o batismo no meio do mundo, trabalhando para a transformação de uma sociedade mais justa e fraterna, anúncio do Reino definitivo. Estamos conscientes de ser cidadãos desse Reino? Ele reina de fato em nosso coração? Trabalhamos para que esse Reino chegue ao coração de todos as pessoas? Renovemos a nossa fé nessa verdade: somos cidadãos do Reino de Jesus de Nazaré.

 

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