Você já parou para pensar que quem ocupa um cargo de liderança numa empresa, independentemente do nível em que atua, possui enorme responsabilidade sobre os resultados obtidos? E que isso é impactado sobre cada decisão tomada? Lembrando que não tomar uma decisão quando necessário, também é uma decisão.
Uma pessoa costuma tomar milhares de decisões todos os dias. Estima-se que são entre 23.000 a 35.000 decisões diárias, incluídas aí uma ampla gama de atividades que podem ser consideradas como decisões, desde escolhas triviais e automáticas até decisões mais conscientes e complexas. Podemos considerar decisões simples, por exemplo, o fato de escovar os dentes e decisões mais complexas, resolver problemas que exigem análise.
A grande maioria das nossas decisões é simples, tomada de maneira inconsciente e automatizada, pois há um menor gasto de energia pelo cérebro, e que aumenta a probabilidade de sobrevivência do indivíduo ao ter uma reação imediata em uma situação de eminente perigo. Daniel Kahneman, psicólogo e economista comportamental, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, em 2002, propõe em seu livro “Rápido e Devagar”, duas formas de pensar, com dois sistemas de processamento cerebral envolvidos no processo de tomada de decisão, o sistema 1 e o sistema 2.
O sistema 1 é de processamento rápido, instintivo e impulsivo, baseado nas nossas experiências, interações emocionais e nas nossas habilidades de sobrevivência e reprodução. Neste sistema, tomamos decisões sobre atos inconscientes e rápidos, utilizando menos energia para processar as informações e tomar a decisão. Podemos citar, por exemplo, um motorista que dirige seu automóvel há cinco anos. Ele não para e raciocina sobre quais as próximas etapas que executará ao chegar ao carro. O processo de pegar a chave, abrir a porta, entrar, ligar o carro, manobrar e sair dirigindo é feito de modo automático, pois nosso cérebro já se acostumou a fazer aquele processo sem que precisemos pensar sobre ele, uma vez que já se tornou um hábito.
Já o sistema 2 envolve um processamento lento, racional, analítico e deliberativo, tornando as decisões menos impulsivas. É aquele momento em que paramos para pensar, analisar com mais cuidado e só depois decidimos. É um processo consciente, que exige esforço, ou seja, dá mais trabalho para o nosso cérebro e tem maior gasto energético, pois demanda tempo, análise e reflexão para a tomada de uma decisão. É o processo indicado para problemas não rotineiros, complexos e que envolvem decisões importantes, que exigem conhecimento e experiência e por isso muitos tem dificuldade em se sair bem estando num cargo de liderança.
E você, que ocupa um cargo de liderança, como anda o seu processo de desenvolvimento e crescimento profissional para aperfeiçoar sua capacidade de tomada de decisão? Espero que você não seja um profissional que usa cara ou coroa para decidir! Você pode estar rindo, mas eles existem.