Motivar colaboradores e promover mudanças culturais que se reflitam em seu comportamento depende diretamente da credibilidade da liderança e da coerência entre o discurso e a prática daqueles que guiam a equipe. Afinal, como esperar que uma palestra sobre os malefícios do cigarro seja convincente se for ministrada por alguém que fuma dois maços por dia? A autoridade de um líder está intimamente ligada ao exemplo que ele oferece.
Da mesma forma, no ambiente de trabalho, os líderes enfrentam o desafio constante de inspirar e direcionar seus colaboradores. Mas como pedir paciência e compreensão de uma equipe quando o próprio líder não pratica o que prega? É difícil exigir que os funcionários mantenham a calma e a racionalidade se o chefe grita com os subordinados na frente dos outros ou se exalta em reuniões. E o que dizer de demissões? Essas atitudes contradizem qualquer discurso que promova um ambiente de respeito e empatia.
Outro exemplo clássico é a separação entre problemas pessoais e profissionais. A liderança muitas vezes insiste que os colaboradores não tragam suas dificuldades pessoais para o ambiente de trabalho. No entanto, o que ocorre quando os próprios líderes, que são sócios ou casais, não conseguem separar o pessoal do profissional, gerando conflitos que reverberam por toda a empresa? O impacto desse tipo de comportamento é devastador para a moral da equipe e mina a autoridade daqueles que deveriam ser os guias.
Além disso, a falta de transparência e de coerência nas ações da liderança pode gerar um ciclo vicioso dentro da organização. Colaboradores, ao perceberem a discrepância entre o que é dito e o que é feito, tendem a adotar uma postura cínica, desacreditando nos valores pregados pela empresa. Isso não só compromete a motivação interna, mas também afeta diretamente os resultados. Empresas onde a liderança não inspira confiança acabam por perder talentos e, muitas vezes, enfrentam uma alta rotatividade de funcionários.
Quando um líder demonstra através de suas atitudes que está alinhado com os valores que prega, ele não apenas ganha o respeito de seus subordinados, mas também os inspira a seguirem o mesmo caminho. E esse é o verdadeiro papel de um líder: não apenas comandar, mas guiar através do exemplo.
No final das contas, o que realmente move, inspira e transforma são os exemplos. Esses, sim, têm o poder de arrastar. Se o objetivo é construir uma equipe forte, coesa e inspirada, é preciso lembrar que o verdadeiro lugar de fala é ocupado não pelo que se diz, mas pelo que se faz.