A maioria das pessoas que estão em busca de trabalho, atualmente, foi dispensada de alguma atividade do setor operacional, e elas estão dispostas a qualquer serviço para se reinserir no mercado. A reportagem entrevistou dez pessoas pelas ruas da cidade, e percorreu o PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) e o Balcão de Empregos da Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Presidente Prudente). A maioria das pessoas entrevistadas que estão em busca de um emprego foi demitida há um período entre dois meses e um ano, e não possuem ensino superior. Sua formação entre ensinos fundamental e médio, e a minoria tem formação técnica.
O índice de desemprego não tem reduzido há um bom tempo no país, e em Presidente Prudente, a situação não tem sido diferente. A falta de trabalho acomete várias famílias, e quando as pessoas são dispensadas de seus trabalhos, suas rotinas mudam, e percorrem as ruas da cidade com uma pasta cheia de currículos.

Aproximadamente 80 pessoas estiveram no PAT em busca de emprego na segunda-feira
É o caso de Telma Cristina Ventura, 23 anos, que está desempregada há pouco mais de dois meses. Seu último emprego foi como operadora de telemarketing e sua dispensa foi justificada pela falta de recursos devido à crise financeira. "Desde então, estou procurando uma nova oportunidade, diariamente. Quando entrego um currículo em algum lugar, ouço ‘obrigado, qualquer coisa, entramos em contato’. Está difícil", comenta. Telma diz que continuará com as buscas, mas agora deverá focar em algum curso e procurar por concursos públicos para tentar se estabilizar financeiramente.
Por sua vez, Nelson Eduardo Ferreira da Silva, 48 anos, mecânico de refrigeração, está sem trabalho há seis meses. Na tarde de ontem, ele foi chamado para uma entrevista de emprego. "Espero que dê certo. Ter algo certo é melhor. Tenho feito alguns serviços esporádicos, mas não são tão frequentes", relata.
Já Edivania Costa, 31 anos, procura uma vaga como auxiliar de cozinha. Ela atua neste ramo há muitos anos, mas está sem trabalho desde a falência do restaurante que trabalhava, em janeiro deste ano. "Quando saí, ainda tentei montar um bar, mas não deu certo, e continuo na procura", declara.
Floriano Alexandre Tito, 39 anos, auxiliar geral de um frigorífico, está cumprindo aviso prévio da empresa, que deve acabar no dia 1º de setembro, mas não quer perder tempo e já está em busca de um novo trabalho. "Agora, pretendo algo na área de transporte, porque acabei de trocar a categoria da minha carteira de motorista. Mas se não encontrar, aceito outra coisa, sem problema", relata.
Outra pessoa que procura algo fixo é o protético César Augusto Rodrigues, 33 anos. Ele está sem emprego há um ano, mas tem feito serviços por conta própria para sanar as necessidades. "Surgiu uma vaga, e me candidatei. Vamos torcer para dar certo. Sou casado, tenho filhos, é preciso ter boa renda", comenta.
Mario Hayahita, supervisor do PAT, diz que somente até o meio da tarde desta segunda-feira recebeu cerca de 80 pessoas no órgão. "As buscas são frequentes e crescentes. Além da situação econômica do país não estar bem, a falta de qualificação em algumas áreas específicas dispensam pessoas que precisam de um trabalho", expõe.