A Operação Ethos prendeu mais uma advogada da, na tarde de ontem. Trata-se de Juliana de Araújo Alonso Mirandola, de Presidente Prudente, que foi detida na tarde desta quarta-feira, em Presidente Epitácio. Ela foi encaminhada à CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Presidente Venceslau, onde foi ouvida, e depois foi levada para o sistema prisional feminino de Tupi Paulista. Ela era considerada foragida desde quando a operação foi deflagrada, na última terça-feira.

De acordo com o delegado e diretor do Deinter-8 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior), Walmir Geralde, com a nova prisão, agora são oito advogados detidos nos municípios do oeste paulista sob suspeitas de contribuir com uma facção que age dentro e fora das penitenciárias do Estado, e também em unidades de todo o país.

"O dia foi destinado a analisar os materiais apreendidos durante a ação. São muitos materiais, que vão desde computadores, celulares, pendrives, entre outros. Uma força-tarefa foi instituída para investigar o caso", explica Walmir.

Ainda segundo ele, será pedido à Justiça a prorrogação de mais cinco dias na prisão temporária dos suspeitos para averiguar a situação de todos, e analisar como cada um deles se encaixa no suposto esquema. "Todos já forma ouvidos, desde a data das primeiras prisões, mas ainda há pendências e eles precisarão ser ouvidos novamente nesta fase de levantamentos", comenta.

A operação foi realizada em conjunto pela Polícia Civil e MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), que deteve profissionais por suspeita de ligação com uma facção criminosa. Além de Juliana Mirandola, também foram presos Juliana Claudina dos Santos Cottini, Fábio Moreno de Paula, Paulo Roberto Penha, Antonio Davi de Lara e Simone de Araújo Alonso, detidos em Prudente. Paulo Sérgio Ramalho de Oliveira foi localizado em Venceslau, e Elton Rodrigo Martins Betim, foi detido em Estrela do Norte. O último, além da detenção por conta do mandado expedido, também foi alvo de flagrante por porte ilegal de arma de fogo.

 

Histórico

Como informado em O Imparcial, a Polícia Civil e o MP-SP informam que a Operação Ethos, realizada em todo o Estado, teve a finalidade de desarticular célula criminosa da facção, denominada "R", que, de acordo com o órgão, é composta por 40 advogados, sob controle de presos vinculados à organização e que já foi denominada "sintonia dos gravatas".

Durante a ação, foram cumpridos 34 mandados de prisão, no total, além de quatro detenções realizadas em flagrante. Os trabalhos foram realizados por 703 policiais civis e membros do MP-SP (159 delegados de polícia; 459 civis e 65 promotores de Justiça e 167 viaturas da Polícia Civil). A investigação começou há um ano e meio e identificou 55 pessoas, das quais 41 estavam em liberdade e, conforme os órgãos responsáveis pela operação, contribuíam para a prática criminosa vinculada à organização.