A manifestação "Vem Pra Rua" contra a corrupção, realizada no domingo, foi a mais expressiva entre todas as edições, tanto no país, como em Presidente Prudente. O número de pessoas foi maior que das outras vezes. De acordo com a Polícia Militar, que fez o serviço de segurança, o movimento reuniu cerca de 8 mil pessoas no Parque do Povo. Já a organização do evento diz que estiveram aproximadamente 15 mil pessoas.
Iniciada há um ano, as manifestações anteriores reuniram entre 2,5 mil a 5 mil pessoas. O primeiro manifesto, em março de 2015, havia sido o mais numeroso até o momento, com 5 mil participantes, segundo dados da PM naquela ocasião. Além da população em geral, entidades de classe e grupos organizados também estiveram presentes, e caravanas de cidades regionais como Presidente Venceslau e Álvares Machado.
Para PM, cerca de 8 mil participaram do ato; já organização estima 15 mil participantes
Segundo o presidente do movimento Vem Pra Rua Prudente, Chezlacki Júnior, o avanço das investigações da Operação Lava Jato tem deixado as pessoas que estão descontentes com a gestão federal mais animadas para punir os políticos corruptos. "Isso tem dado uma certa esperança e a população fica mais animada para se manifestar. A resposta do povo tem sido positiva e todos esperamos que a justiça seja feita", comenta.
Segundo o comandante do 18º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior), Silvio Saraiva, o movimento foi pacífico e não houve registro de ocorrências. "A organização atendeu todas as nossas orientações e os manifestantes se comportaram de forma civilizada. Foi tudo tranquilo. Não tivemos problemas", relata.
Sérgio Turuta, presidente da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente), esteve no manifesto. "A UEPP tem foco no desenvolvimento, e o desenvolvimento com a atual administração deste país tem sido muito difícil. Por isso estamos aqui, para reforçarmos a indignação e tentar mudar o cenário, unindo as forças", declara.
Paulo Meluci, presidente do Conselho das Lojas Maçônicas da região, também marcou presença com seus colegas da Maçonaria. "É nítido que a situação deste país só piora. Todos estamos inconformados. Temos que sensibilizar os deputados para levarem a diante o processo de impeachment e tirar a presidente Dilma Rousseff do governo", frisa.
O manifestante Clóvis Baptistini, médico, 48 anos, pintou o rosto de verde e amarelo e foi acompanhado de sua parceira para o Parque do Povo na manhã de domingo. "É uma grande ação civil e patriota que busca mudar o bloco político administrativo do Brasil. Nosso país está falido e temos que fazer algo para mudar. Só o povo unido para surtir efeito", expõe.
O fisioterapeuta Augusto César de Moraes, 29 anos, diz que a população não está passiva às ações do governo. "A gente está de olho. Isso serve para que os políticos fiquem atentos e façam as coisas certas. A situação do país é crítica e precisa ser mudada", destaca.
Procurada pela reportagem para expor sua posição sobre o manifesto, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República informa que a liberdade de manifestação é própria das democracias e por todos deve ser respeitada. "O caráter pacífico das manifestações ocorridas neste domingo demonstra a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe garantir o respeito às suas leis e às instituições", expõe.
