Manifestantes acampam em pátio de usina em Flórida Paulista

REGIÃO - Jean Ramalho

Data 12/01/2016
Horário 06:13
 

Sem receber os vencimentos dos meses de novembro e dezembro do ano passado, bem como a segunda parcela do 13° salário, funcionários e ex-empregados da Usina Companhia Flórida, antiga Floralco, em Flórida Paulista, acamparam no pátio da empresa durante a manhã e tarde de ontem. Cerca de 100 pessoas participaram da manifestação, segundo a Polícia Militar. Já para o Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade eram aproximadamente 300 manifestantes. O protesto teve início às 9h30 e foi encerrado por volta das 16h, após cumprimento de mandado de reintegração de posse.

De acordo com informações da Polícia Militar, o grupo entrou no local soltando bombas, com o intuito de intimidar e de chamar a atenção dos funcionários que estavam trabalhando. Além disso, ainda segundo a corporação, dois vidros foram quebrados por manifestantes mais exaltados, que chutaram algumas portas e janelas. O tumulto foi contido com a chegada da PM e a manifestação seguiu tranquila ao longo do dia.

Conforme a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flórida Paulista, Roseli Carlos de Melo Esposo, a indignação dos empregados e ex-funcionários se deu devido "aos recentes e consecutivos atrasos salariais praticados pela usina". Segundo ela, parte dos trabalhadores está sem receber o salário de dezembro, assim como a segunda parcela do 13° salário. Enquanto outro grupo ainda não recebeu os vencimentos equivalentes aos meses de novembro e dezembro, além do vale-alimentação e do 13° salário.

A crise entre trabalhadores e empregador ficou ainda mais delicada após o último dia 7 deste mês, afirma a sindicalista. Conforme relata, depois de cerca de 20 dias de braços cruzados, por recomendação da própria empresa, alguns empregados foram comunicados por telefone que não faziam mais parte do corpo de funcionários da Usina Companhia Flórida. "É muito triste toda essa situação. Queremos conversar e reivindicar uma solução para esse problema, que fez com que muitos pais de família passassem as festas de fim de ano sem dinheiro, em alguns casos até pra alimentação", lamenta.

 

Reunião agendada


Para tentar solucionar o imbróglio, bem como acalmar os ânimos, o MPT (Ministério Público do Trabalho), por meio da procuradora do trabalho Renata Botasso, agendou uma audiência com representantes da usina e do sindicato para o dia 20 de janeiro. De acordo com a procuradora, na ocasião, deverá ser firmado um TAC (termo de ajustamento de conduta) com a empresa, a fim de evitar novos atrasos. Além disso, o sindicato deverá cobrar o pagamento de todos os direitos trabalhistas em atraso.

A reportagem tentou contato com os representantes da Usina Companhia Flórida durante toda a tarde de ontem, porém, não obteve resposta nos telefones disponibilizados.
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